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quinta-feira, 26 de março de 2009

Resposta - Maria Bethânia

O melhor é o "PS". Será?

A vida é uma caixinha de surpresas. Quando menos esperamos recebemos verdadeiros presentes que nos fazem pensar um pouco mais em nós mesmos, valorizar mais as coisas boas que somos e que conquistamos e até nos deixam consideravelmente mais felizes.

Tenho passado por um momento assim. Pessoas especiais entraram e saíram da minha vida no último mês. Isso mesmo, algumas entraram e me trouxeram sentimentos bons, dos quais eu estou gostando muito. Já outras saíram e levaram sentimentos da mesma maneira bons, os quais já valorizei muito mas que agora não fazem mais sentido. Tanto as que entram quanto as que saem são muito especiais.

Eu valorizo muito esses momentos da vida. São as horas em que nos voltamos para nós mesmos e nos valorizamos pelo que somos. Hoje sou capaz de afirmar que tenho poucas “neuras”, encaro o trabalho de maneira mais suave, tento não carregar negatividade para casa e tento dar cada vez mais valor as pessoas e situações que se dão valor.

Quinta passada estive num barzinho com um grupo de amigos, sempre muito amigos, mas que nem sempre tenho a oportunidade de encontrar. A noite estava muito gostosa. A conversa fluiu e os choppinhos também. Nesse sábado vou reencontrá-los em uma festa de aniversário. Certeza de diversão. Certeza de novos momentos como esses que tem cada vez mais valor para mim.

Esse post está soando para mim como uma retomada. Recebi um e-mail ontem de um amigo me cobrando mais postagens. Imaginem, um leitor me cobrando que eu escreva! É formidável. Gosto de escrever sobre tudo que gosto e gosto também de saber que o blog é uma espécie de consultório psicológico para mim. Mesmo que esse post não esteja completamente coerente estou extremamente feliz com ele. Falar com os outros e sobre os outros é fácil, o difícil é admitir para nós mesmos certas coisas. Mas isso já é outra conversa.


PS: acredito que esse seja o post mais simples, mais complicado, mais incoerente gramaticalmente e coerente psicologicamente que eu já fiz.

PS2: o post é tudo isso e o “PS” é uma obra de arte! hahahaha

sexta-feira, 13 de março de 2009

Olha o pagodão!

Há alguns anos Maria Bethânia mudou de gravadora. Depois de circular por praticamente todas as “grandes” do setor a cantora baiana ancorou na Biscoito Fino. Sorte nossa, pois a gravadora, brasileira de nascença, prima pelo bom gosto, bom acabamento e meticulismo na produção. Dentre muitas pérolas que a gravadora lançou está o último e fantástico álbum do Chico Buarque, “Carioca”, e o memorável show de Bethânia, “Tempo, tempo, tempo”.

Quando Bethânia migrou para a Biscoito Fino, se comprometeu com alguns projetos e alguns álbuns autorais. Dois deles, lançados não há muito tempo, são homenagens às águas. O álbum “Pirata”, traz a cantora interpretando obras escolhidas a dedo que fazem referência aos rios e as águas doces. Já o álbum “Mar de Sophia” busca na obra da poetiza Sophia de Mello Breyner inspiração e versos para embalar os acordes de outras tantas músicas escolhidas a dedo e interpretadas pela cantora falando sobre o mar e as águas salgadas.

Os dois álbuns são muito inspirados. Acompanhada de verdadeiros deuses dos instrumentos, nomes como Jaime Alem (maestro constante nos trabalhos da cantora), Bethânia coloca a voz rouca e sofisticada para dar vida às águas e seus personagens. A presença de marujos, marinheiros, sereias e a própria Iemanjá é recorrente. Todas as estórias sempre passadas sobre ou ao lado das águas. Algumas faixas são tão conhecidas que têm autores desconhecidos. São cantigas populares, que de tão cantadas em determinadas regiões, caíram no “domínio público”.

Nos dois, reconheço músicas de trabalho. Em “Pirata”, duas faixas chamam a atenção: Santo Amaro e Memória das Águas. Já em “Mar de Sophia” a faixa Beira Mar é um extravaso de alegria e inspiração. Ouvindo justamente Beira Mar, em alto e bom som, entrei na portaria do jornal em que trabalho. Curtindo a sonoridade, os acordes, a voz, a letra, num verdadeiro estado de transe que chega a nos transportar do asfalto quente e seco do interior do estado de São Paulo para a beira do mar. Tudo isso foi cortado de súbito, como num susto, quando o porteiro soltou a seguinte pérola: “Olha o pagodão!”. E Bethânia merecia isso?!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Publicitários

Este final de semana, finalmente, foi a colação de grau de meus alunos na sexta e o baile de formatura no sábado.

Como já disse em outros posts, a turma me convidou para ser paraninfo o que me deixou extremamente emocionado. Abaixo segue a transcrição do discurso do paraninfo da primeira turma de Publicidade e Propaganda da Faculdade Anhanguera de Limeira, que fiz na colação de grau e que representa o que sinto e o que desejo a eles.


“Ilmos Srs. Diretor, Coordenador, Professores e funcionários da Faculdade Anhanguera de Limeira.
Demais autoridades presentes ou representantes.
Pais, familiares, amigos e, especialmente, formandos.
A todos boa noite.


Se me perguntassem agora o que eu descreveria como um dos acontecimentos recentes mais marcantes em minha carreira, citaria o fato de ter começado a dar aulas. Comecei há dois anos justamente com essa turma que hoje cola grau. Comecei sem sequer imaginar o que isso representaria para minha vida. Comecei sem sonhar em estar aqui hoje, representando como paraninfo mais de uma dezena de colegas docentes que passaram pela classe desses jovens publicitários.

Antes de tudo quero agradecer a Profa. Tânia Ferreira, que era a coordenadora do curso na ocasião de minha entrada e a grande responsável por eu estar aqui agora, e a Profa. Dra. Adriana Pessati Azzolino, em quem busco me espelhar no profissionalismo e na articulação em tratar com os alunos. Obrigado.

Li no discurso de paraninfo de um colega professor do ITA, que essas palavras devem soar como uma última aula. Que essas palavras devem representar o prefácio de um livro, livro esse que começa a ser escrito agora, por vocês formandos.

Não tenho dúvidas de que essas páginas estarão repletas de criatividade, ousadia, idéias revolucionárias, senso de humor, ética, muito suor e, acima de tudo, profissionalismo. Profissionalismo que vocês provaram ter de sobra, principalmente na correria do último semestre e nas apresentações dos trabalhos de conclusão.

Estou muito feliz em vê-los aqui hoje como publicitários formados sedentos pelo mercado de trabalho. Estou mais feliz ainda, em acompanhar o crescimento profissional da turma, vendo ora uns ora outros entrarem e se destacarem no mercado de trabalho.

Se eu pudesse pedir para que vocês levassem apenas um dos ensinamentos que passei em sala de aula, pediria para vocês se lembrarem sempre de ampliarem seus horizontes. Vocês são muito maiores do que o mundo que está ao seu redor. Procurem ser humildes para reconhecer fraquezas e deficiências e orgulhosos em expor forças e virtudes. O mundo é de vocês. Cabe a cada um construí-lo da melhor maneira possível.

Hoje, ao entrarem neste salão, vocês deram o último passo da incrível jornada chamada “faculdade”. E logo mais, ao saírem, darão o primeiro passo de uma jornada mais incrível ainda, cuja única certeza é a incerteza. Ninguém pode dizer com precisão aonde e o que estaremos fazendo em um ano. Não podemos afirmar sequer o que estaremos fazendo daqui a um dia. E é isso que torna a jornada da vida profissional tão maravilhosa e desafiadora.

Se perguntassem a Cristóvão Colombo antes de sua partida para descobrir a América, em 1492, o que ele gostaria de encontrar em sua jornada será que ele seria capaz de imaginar algo tão espetacular quanto o continente americano? Será que ele seria capaz de sonhar com maravilhas que aqui estavam há milhares de anos e que a civilização européia desconhecia? Acredito que não.

Construam a carreira de vocês a cada instante. Todos os momentos são propícios sim para reavaliações, melhorias, investimento em estudo, e qualquer outra forma de tornar as coisas mais prazerosas e saudáveis. Busquem a felicidade. Usem a carreira para ajudá-los a encontrá-la. É difícil, mas não é impossível de se trabalhar com alegria e prazer. No momento em que vocês estiverem felizes e realizados com as coisas que estiverem fazendo tenham a certeza de que estarão fazendo o melhor trabalho de sua carreira. Aquele que ganhará prêmios, que será lembrado pela diretoria e por colegas de trabalho, que será inesquecível.

Não posso terminar essa pequena fala sem me lembrar dos pais, familiares, namoradas e namorados, amigos e incentivadores de uma maneira geral. Nada paga uma palavra de incentivo, uma crítica construtiva, um puxão de orelhas. Vocês devem se sentir co-responsáveis por esse momento de alegria. Devem se sentir orgulhosos em ajudar na formação de mentes tão brilhantes e únicas.

Dizem que publicitários gostam de holofotes e agora vejo que isso é a pura verdade. Quando comecei a escrever este discurso queria que ele tivesse apenas meia página. Pensei até em fazer algo no improviso! Agora vejo que deveria ter escrito mais. Deveria ter arrumado uma maneira de ficar um pouco mais de tempo junto de vocês. Como isso não é mais possível, vou me despedindo por aqui.

Meus ex-alunos e agora, colegas publicitários: torço para que nos encontremos por aí, em trabalhos, projetos ou até em mesas de bar. Torço para poder continuar acompanhando a jornada de vocês e me orgulhando dela. Que Deus continue abençoando a cada um de vocês.

Parabéns, felicidades a todos e muito, muito obrigado!”

Prof. Cristiano Persona M. Gomes