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segunda-feira, 20 de abril de 2009

O velho mundo

Desde os tempos da escola escuto professores referindo-se a Europa como o “velho mundo”. Isso porque a região é berço da civilização ocidental, tem cidades milenares como Roma, Londres, Paris e Madri, e soube preservar suas riquezas como ninguém. Na verdade, o dinheiro da Europa possibilitou que ela preservasse não só suas riquezas, como a de países mais pobres.

Para se ter uma idéia, a máscara do faraó Tutancamom, aquela dourada e azul que todos conhecemos, esteve no British Museum em Londres até poucos anos. Num esforço judicial e diplomático, o governo do Egito conseguiu a transferência da máscara para o museu do Cairo. Os principais museus da Europa guardam uma infinidade de relíquias, jóias, armaduras, múmias, etc., de dezenas de países americanos, africanos e asiáticos.

Mas pensando um pouco, vejo que se buscamos o original “velho mundo” ocidental, não podemos generalizar toda a Europa. Três cidades, em meu ponto de vista, guardam o solo de onde originou-se todo o poder, sabedoria e espírito empreendedor ocidental. São elas, respectivamente, Roma, Atenas e Istambul (antiga Constantinopla).

Puxando pela minha memória (não quis pesquisar em lugar nenhum, pois isso qualquer um poderia fazer!), lembro-me que Roma nasceu dos lendários Rômulo e Remo amamentados por uma loba. Por lá desfilaram todos os “cézares”, foi lá que nasceu – ou se aperfeiçoou – o sistema de senado, Cleópatra, Marco Antonio, gladiadores, uma centena de Papas e cardeais, Michelangelo, Da Vinci e muitas outras figuras da antiguidade moraram ou desfilaram poder por suas ruas. Em Roma está o Coliseu, o Vaticano, a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro. Design, moda e culinária mundial sofrem influencia da "cidade eterna" que nos primórdios já se esparramou por toda a Europa, grande parte da Ásia e norte da África. Tudo isso apenas pela memória.

Nas proximidades de Atenas, a principal cidade e capital da Grécia, se estabeleceu uma das civilizações mais desenvolvidas da antiguidade. Recorrendo mais uma vez a memória, lembro rapidamente que a Grécia idealizou o teatro, tinha a cultura de valorizar a sabedoria, foi berço para alguns dos maiores filósofos e pensadores da história da humanidade e palco para, talvez, o maior de todos os espetáculos da Terra: as Olimpíadas. Quem não se lembra da história da heróica corrida na batalha de Maratona que originou a atual prova do atletismo? E de Helena, de Tróia? Do Partenon? Do calcanhar de Aquiles? Dos deuses e deusas que povoam o imaginário de todos até hoje? A Grécia já foi conhecida por seus guerreiros de terra e de mar que dominaram e influenciaram a civilização humana cerca de 4 séculos antes de Cristo. Impossível ser indiferente.

Em Istanbul, capital cultural da Turquia que também já foi conhecida por Constantinopla e Bizantina, estabeleceu-se um dos sistemas de comércio mais avançados da antiguidade. O mundo organizava verdadeiras cruzadas, marítimas ou não, para ter acesso aos seus produtos. Até hoje o mercado de Istanbul, com cerca de 4 mil lojas, é tido como referência mundial. É naquela cidade que uma pessoa pode colocar um pé na Ásia e outro na Europa, claro que figurativamente já que entre os continentes está o estreito de Bósforo. Uma visita a mesquita Azul ou a Sofia, que foi considerada a maior igreja do mundo por 800 anos e hoje abriga um museu, também não deve ser nada má. Que outro lugar no mundo consegue colocar em um mesmo quarteirão cristãos e muçulmanos convivendo sem guerras?

Parece que minha memória anda em dia. Em parte devo agradecer a minha professora de geografia Maria Helena, que em suas insistentes aulas de cartografia obrigava os alunos a desenhavam o mapa de todos os paises do mundo copiados de um Atlas com o auxílio do papel vegetal, e em parte as minhas professoras de história, Dona Elza e Lurdinha, que contavam os principais fatos de cada país ou região com minuciosa riqueza de detalhes.

Está nos meus planos dar uma passada por essas cidades. Sentir de perto o aroma do poder, da sabedoria e da riqueza. Postar em meu blog descobertas, fotos e “causos” dessas regiões tão importantes para a história de qualquer pessoa. Um retorno ao velho mundo. O verdadeiro velho mundo.

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