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domingo, 3 de junho de 2012

Arroz negro com lula

Essa receita é uma delícia! Meu irmão e minha cunhada, respectivamente câmera man e cozinheira do vídeo abaixo, estão se especializando nesses filmes com boas receitas feitas de maneira simples e descontraída.

Fica a dica.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Voltei a cantar

Escrever sempre foi uma das coisas que mais gostei de fazer, principalmente em um lugar como esse que não me restringe em absolutamente nada. Estou livre para escrever aqui, sobre o que eu quiser. Claro que a responsabilidade de escrever na Página 2 me impõe algumas restrições e alguns desafios que faço questão de cumprir.

Hoje em dia pouca gente escreve, porém muitos transcrevem. Redes sociais como o Facebook andam me irritando um pouco, pois se tornaram uma colcha de retalhos costurada de frases transcritas e fotos sentimentais, quase nada autoral. As pessoas lançam mão da facilidade que é uma busca na rede para copiar e colar textos já escritos que sintetizem o que pensam ou sentem. Vocês podem imaginar que já existe gente ganhando dinheiro com isso? Alguns visionários, sabendo dessa nova deficiência do brasileiro que não sabe escrever, estão criando sites inteiros com frases prontas para usos diversos. Funciona mais ou menos assim: você está sentindo alguma coisa que deseja que os outros saibam, vai até um desses sites, lê uma dúzia ou duas de opções, copia e cola em sua página na rede. Pronto! Todos conhecem seus pensamentos sem que você tenha que escrever uma linha sequer.

Se essa realidade estivesse restrita as redes sociais o problema não seria tão grande. Muitos estão levando essa “facilidade” para a sala de aula, para o trabalho, para a vida. Dei aula alguns anos e constatei que muito do que é escrito hoje em trabalhos acadêmicos são releituras e até mesmo cópias de outros trabalhos que já foram escritos outrora. Uma nova realidade de ode a cópia que a sociedade está entendendo como bacana, legal. Como explicar para um jovem que não é legal apenas copiar e colar textos se ele faz isso em sua página na internet e um monte de gente “curte” o que ele fez?

Raciocinando um pouco mais sobre esse assunto, começo a questionar se isso não está diretamente ligado à qualidade do ensino que estamos oferecendo em nossas escolas e faculdades. O Brasil passa por um bom momento econômico o que faz com que muitos tenham acesso ao que antes não tinham. Um curso universitário hoje está ao alcance de uma grande fatia de brasileiros que há alguns anos não sonhavam com isso. Resultado da renda da população que está crescendo e da enxurrada de faculdades que abriram as portas e fizeram com que esse mercado ficasse extremamente competitivo, abaixando os preços das mensalidades. Resta agora saber se esses novos estudantes estão preparados para aproveitar bem um curso superior e se esses novos cursos superiores estão preparados para orientar bem nossos novos estudantes.

Chico Buarque exaltou na abertura da turnê do álbum “Carioca” a felicidade de voltar a cantar, através da musica de Lamartine Babo que nomeia esse texto. Eu volto a escrever com a mesma alegria exaltando a todos aqueles que se esforçam e sabem escrever.

*Publicado em 31/5/12 na Página 2 do Jornal de Limeira.


terça-feira, 28 de junho de 2011

Chico Buarque e Caetano Veloso

Poucos conseguem tanto destaque na Veja quanto o Chico Buarque. Um mês antes do lançamento oficial de seu novo CD, ele figura com destaque no site, aparece como a notícia mais lida do dia há dias e ainda saiu na edição impressa. Tudo isso com viés negativo já que o compositor escreveu um verso onde fala das dificuldades em se amar uma “mulher sem orifício”.

De fato alguma razão a revista tem já que o verso soa verdadeiramente estranho. Mas o que importa é o que hoje os internautas chamam de “buzz”, que pode ser traduzido como “repercussão”. As vésperas do lançamento do novo trabalho, estar como a notícia mais comentada do site da terceira maior revista do mundo, só pode ser visto como mais uma grande vitório do Chico. Em pré venda seu disco já vendeu muito além do esperado principalmente em tempos de pirataria onde abestalhados aguardam o lançamento do original para correr para a 25 de março achando que estão fazendo grande negócio.

Outro ponto conquistado pela MPB foi o lançamento em CD e DVD do show que o Caetano Veloso fez com a Maria Gadú. Foram poucas e pontuais apresentações. Confesso que tive a chance de ir em uma delas e não fui por preconceito. Não sei ao certo porque, mas não gostava da Maria Gadú. Esse “não sei ao certo porque” é o indício cabal do preconceito. Eu não conhecia a cantora, havia ouvido muito pouco do seu repertório e simplesmente preferi dizer que não gostava sem ao menos conhecer. Que burrice.

Agora que o show foi lançado e que eu ganhei o DVD quis comprar o CD na sequencia. É maravilhoso. Caetano retoma aqueles sucessos com viés provocativo como “Podres Poderes” e “Vaca Profana” e também passeia por belas pérolas como “Desde que o Samba é Samba” e “Sampa”. Como se não bastasse o repertório e a interpretação dele, a Maria Gadú não deixa nada a desejar. Suas canções são bonitas, ainda que incomparáveis as do Caetano, e sua voz e ritmo são ímpares. É bonito ver os dois trocando versos e se divertindo um com o outro.

Ficam as dicas. Fazia alguma tempo que não falava sobre música aqui mas essa foi uma das motivações iniciais desse blog. Tenho outras coisas bacanas sobre isso para falar mas fica pra depois. Ah, e abaixo estão os vídeos com duas das músicas citadas acima. Boa diversão!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vaca profana

Podres poderes

terça-feira, 5 de abril de 2011

João Gilberto antecipou o fim do e-mail pessoal!

De uns tempos para cá tenho percebido uma queda brusca em e-mails úteis pessoais que recebo. Falo e-mails “úteis”, pois dessa lista estou excluindo todo tipo de spans, publicidade, vírus e mensagens indesejadas. Está difícil receber algo de útil, uma carta, uma mensagem ou mesmo um convite para um chopp.

Quando o e-mail surgiu e passou a fazer parte do dia a dia da população em geral, muitos o condenaram por estar acabando com o relacionamento cara a cara entre as pessoas. Eu acho sim que o e-mail deixou o relacionamento entre amigos e parentes muito mais frio. Mas ele não era o vilão dessa história, o vilão é a nossa rotina, cada vez mais conturbada e atropelada que não nos deixa tempo para nada, nem para um telefonema para um amigo querido.

Agora, percebo que o e-mail pessoal também está acabando aos poucos. Ele, que já era frio, está perdendo espaço para algo gelado. Agora tudo está sendo feito através de blogs, microblogs e sites de relacionamento. As conversas entre amigos ficaram ainda mais frias já que estão sendo “supervisionadas” por todos. Já perceberam que as pessoas estão usando esses canais para, por exemplo, dizerem aonde estão aos amigos. De uma vez por todas, excluímos o telefone e o e-mail, não nos comunicamos com quem gostamos, com a desculpa de que todos estão avisados através de um “check-in” ou de uma foto publicada no Facebook e no Twitter.

Eu uso o Facebook, Twitter, Orkut, tenho esse blog e por aí vai. Não pretendo me desfazer dessas ferramentas, mas estou preocupado com esse tipo de comunicação que estamos estabelecendo entre amigos. Passamos o dia trabalhando e interagindo com colegas de trabalho, o que acaba por criar grandes amizades. Mas as amizades antigas ficam relegadas ao segundo plano. Relegadas ao plano do acompanhamento distante através da internet.

Levando essa linha de raciocínio mais para a frente, podemos imaginar que João Gilberto sempre esteve certo. Li certa vez que ele costuma ligar para um amigo, pedem pizza cada um na sua casa e jantam conversando por telefone. Cada um comendo sua pizza, na sua mesa, na sua casa. Na época isso me pareceu o fim dos mundos, mas agora vejo que não é. Era sim o presságio do que está acontecendo hoje, só que em uma versão off-line.

Nós estamos fazendo exatamente o que João Gilberto já faz há anos. Chegamos aos lugares, publicamos na internet e nos satisfazemos em saber que nossos amigos estão em outros lugares ao mesmo tempo que a gente. Um manda uma mensagem ao outro, eu peço uma cerveja aqui e meu amigo outra por lá e ficamos felizes. Não é raro amigos trocarem fotos no Twitter do drink que estão bebendo ou do prato que estão comendo para que todos saibam. Agora que comparei isso a estratégia adotada pelo João Gilberto estou achando as duas estranhas. A dele menos e a nossa mais.

Bem, pelo menos nesse quesito podemos dizer que chegamos perto de João Gilberto, porém ainda sem a visão e a genialidade dele. Está de bom tamanho. Não seria qualquer um mesmo a antecipar o fim dos e-mails pessoais!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Volta ao mundo em oitenta palavras

Estou com dificuldade em retomar minha “carreira” de blogueiro. Apesar de adorar este espaço, sinto falta de comentários, discussões, interação e troca. Acabo por escrever bons textos, lidos por poucas pessoas. Não que essas pessoas não sejam boas, pois são. Mas elas são poucas. Muito poucas. Talvez esteja na hora de adotar uma postura de marketeiro, que eu sou, para alavancar a audiência desse espaço.

Para isso, alguns adotam a estratégia de republicar inutilidades de outros sites de modo que a procura popular por bobagens traga “leitores” para os textos intercalados com porcarias. É um jeito fácil, porém chato de atrair poucos e ruins.

Quero atrair mais gente pelo que escrevo. Quando eu tinha uma coluna na página 2 do Jornal de Limeira, me sentia mais valorizado como colunista. A coluna realmente era lida por muita gente e realmente comentada. Era legal sair na rua e ser abordado por quase desconhecidos comentando o que eu escrevia. Ou então ouvir meu pai comentar sobre as pessoas que comentaram meus textos. Será que eu não conseguiria uma página na Veja para uma coluna semanal que retomasse esse contato com público? Sonhar não custa nada, afinal, a redação está no andar de cima!

De qualquer maneira escrecer esse desabafo me deixou feliz. Gosto de compartilhar com o mundo, pois essa é a sensação de ter um blog, o que estou pensando. Ainda que poucos leiam agora, é legal saber que daqui a muitos anos essas palavras provavelmente ainda estarão por aqui sendo lidas por quem pesquisar temas relacionados ao blog.

Vou me despedindo já com a sensação de que não quero adotar porcaria de estratégia marketeira nenhuma em meu blog. Pra falar a verdade, não vou nem postar o link para esse post em meu Twitter ou no meu Facebook. Vou deixar essas palavras por aqui, solitárias a espera dos poucos e bons que já me deixam feliz de estarem por aqui. E já que estou falando em verdades, nem gosto desse rótulo insoço de marketeiro que a mídia colocou em profissionais que estudam o mercado, como eu. E também nem sei porque coloquei esse nome nesse post. Pronto, falei.