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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Volta ao mundo em oitenta palavras

Estou com dificuldade em retomar minha “carreira” de blogueiro. Apesar de adorar este espaço, sinto falta de comentários, discussões, interação e troca. Acabo por escrever bons textos, lidos por poucas pessoas. Não que essas pessoas não sejam boas, pois são. Mas elas são poucas. Muito poucas. Talvez esteja na hora de adotar uma postura de marketeiro, que eu sou, para alavancar a audiência desse espaço.

Para isso, alguns adotam a estratégia de republicar inutilidades de outros sites de modo que a procura popular por bobagens traga “leitores” para os textos intercalados com porcarias. É um jeito fácil, porém chato de atrair poucos e ruins.

Quero atrair mais gente pelo que escrevo. Quando eu tinha uma coluna na página 2 do Jornal de Limeira, me sentia mais valorizado como colunista. A coluna realmente era lida por muita gente e realmente comentada. Era legal sair na rua e ser abordado por quase desconhecidos comentando o que eu escrevia. Ou então ouvir meu pai comentar sobre as pessoas que comentaram meus textos. Será que eu não conseguiria uma página na Veja para uma coluna semanal que retomasse esse contato com público? Sonhar não custa nada, afinal, a redação está no andar de cima!

De qualquer maneira escrecer esse desabafo me deixou feliz. Gosto de compartilhar com o mundo, pois essa é a sensação de ter um blog, o que estou pensando. Ainda que poucos leiam agora, é legal saber que daqui a muitos anos essas palavras provavelmente ainda estarão por aqui sendo lidas por quem pesquisar temas relacionados ao blog.

Vou me despedindo já com a sensação de que não quero adotar porcaria de estratégia marketeira nenhuma em meu blog. Pra falar a verdade, não vou nem postar o link para esse post em meu Twitter ou no meu Facebook. Vou deixar essas palavras por aqui, solitárias a espera dos poucos e bons que já me deixam feliz de estarem por aqui. E já que estou falando em verdades, nem gosto desse rótulo insoço de marketeiro que a mídia colocou em profissionais que estudam o mercado, como eu. E também nem sei porque coloquei esse nome nesse post. Pronto, falei.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dia do Publicitário


Na última sexta fui paraninfo da 2ª turma do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Anhanguera de Limeira. Me emocionei, dei risadas e me diverti muito com a turma, que certamente vai dar o que falar nos próximos anos.

Como hoje é Dia do Publicitário, fica aqui minha homenagem em forma do dircurso que dei na sexta durante a colação de grau.

“Ilmos Srs. Diretor, Coordenador, Professores e funcionários da Faculdade Anhanguera de Limeira.
Demais autoridades presentes ou representantes.
Pais, familiares, amigos e, especialmente, formandos.
A todos boa noite.

Como é difícil essa tarefa que vocês me passaram. Certamente mais complicada do que qualquer prova do meu tempo de faculdade. Essa semana, vendo o Big Brother, tentei me espelhar um pouco nos discursos que o Pedro Bial faz nos dias de eliminação. Mas não é isso. Lembrei também do discurso extremamente oportuno que o Washington Olivetto fez quando paraninfo de uma turma de publicidade da FAAP. Mas ele é o Washington Olivetto! O que eu precisava era transformar sentimentos em palavras, com a responsabilidade de um paraninfo, que por sua vez tem a responsabilidade de orientar e inspirar um grupo de jovens formandos para a vida profissional, não é fácil. Resolvi escrever como eu escrevo em meu blog e para isso, vamos começar do começo.

Afinal de contas, qual é a responsabilidade de um paraninfo? É a segunda vez que ocupo essa função e só agora fui pesquisar a fundo. Tenho certeza que vocês, na hora que votaram e me escolheram dentre tantos outros, talvez até mais qualificados, lembraram apenas dos bons momentos. Lembraram das aulas que agradaram, de notas altas, de momentos de diversão, dos memoráveis churrascos organizados em pleno terreno, digo bosque, em frente a faculdade. Até nisso eu fui!

Mas é importante lembrar que a função do paraninfo, em sua origem, é a de padrinho. Isso mesmo, a palavra paraninfo vem do grego e significa padrinho. Isso quer dizer que eu fui escolhido para aconselhar, encaminhar, sugerir, ouvir e até dar broncas em vocês todos em tudo o que se refere a sua trajetória profissional. E não adianta dizer “eu não votei em você” pois estamos em uma democracia e eu fui eleito legitimamente. Portanto escutem e assimilem.

Como bom padrinho que pretendo ser, vou começar com os conselhos. Para isso, quero que todos lembrem dos professores que tinham na 4ª série do primeiro grau. Vocês lembram que eles aconselhavam vocês a aproveitarem a 4ª série, pois a partir da quinta ninguém iria ficar passando a mão na cabeça de vocês e ajudando no que pudessem? E essa história deve ter se repetido na 8ª série em relação ao 1º colegial e no 3º colegial em relação a faculdade. Sempre a mesma orientação de aproveitarem o momento pois o próximo passo seria mais difícil. Mesmo com todo esse aconselhamento, no fundo vocês sabiam que, bons ou maus, os professores estariam ali para o que precisassem.

Pois agora eu tenho uma má e definitiva notícia. Isso acabou. Claro que espero que muitos de vocês continuem a estudar sempre, porque esse é o maior valor de um homem e de uma mulher, mas agora vocês estão por conta própria.

Comemorem! Não tem coisa melhor do que estarem por conta própria e cometerem erros e acertos. Acertem mais do que errem, mas não deixem de errar pois são os erros que nos engrandecem. Errem, porém tenham hombridade de assumir o erro, corrigi-lo e passem a acertar.

Saibam aproveitar ao máximo tudo o que os seus colegas de trabalho tenham para lhes ensinar. Conversem com o porteiro e com o presidente da empresa com o mesmo respeito, e saibam tirar de cada um deles o que de melhor cada um têm para ensinar. Tentem não errar por omissão, porque isso é pequeno. Prefiram expor suas idéias com o risco de não serem as melhores do que guardar para si algo melhor do que o que foi exposto.

Bem, eu poderia ficar aqui até bem tarde aconselhando e orientando mas eu não quero ser um padrinho chato. Eu não fui um professor chato e não é agora que vou assumir esse papel. Se eu dissesse muitas coisas, elas se perderiam, por isso prefiro que lembrem das poucas que acabei de falar e principalmente de mais uma coisa. Nunca é tarde para mudar e melhorar.

Como paraninfo me sinto a vontade para usar minha história como exemplo. Eu comecei, assim como a maioria de vocês, estudando publicidade e propaganda e estagiando em pequenas empresas. Comecei a trabalhar, me pós graduei em marketing, cresci em meu emprego. Me tornei Gerente Comercial do Jornal de Limeira, um cargo que me dava exposição e reconhecimento profissional e pessoal em qualquer lugar que eu fosse aqui em nossa cidade. Mas isso não era tudo, pelo menos para mim. Meus sonhos eram e são maiores e eu sabia que aqui minha carreira já estava no ápice.

Na primeira chance que tive larguei tudo. Pedi demissão e fui me arriscar em São Paulo. Arrumei emprego na Revista Veja em um cargo menos expressivo do que o que eu tinha por aqui. Confesso que as condições de trabalho e a remuneração são bem melhores, mas nada muda o fato de eu ter deixado pra traz reconhecimento e estabilidade em busca de crescimento profissional. Estou tentando, lutando. Não é fácil trabalhar na 3ª maior revista do mundo e ser bem sucedido. Mas é isso que eu quero e por isso estou lá.

Se vocês me perguntarem onde eu estarei em 5 anos vou dizer que não sei, mas que quero estar, quem sabe, em Paris ou Nova York, talvez trabalhando na maior revista do mundo. O importante é sempre querer mais e melhor. Não aceitem, em hipótese alguma, ter uma vida medíocre.

Pra falar a verdade, em relação a isso com essa turma minha preocupação é pequena. Dei aulas e sei que tem gente muito boa por aqui. A turma toda é muito boa. Se vocês quiserem, talvez em 5 anos estejam numa cadeira atrás de uma mesa em Paris ou Nova York, trabalhando na maior revista do mundo e me entrevistando para uma vaga. Se isso acontecer, e eu espero que aconteça, aceitem a orientação desse velho padrinho e me contratem!

Mas agora chega de discurso, vamos a vida. Meus queridos ex-alunos e agora colegas de profissão. Saiam hoje por aquela porta como homens e mulheres de bem. Homens e mulheres dos quais, pais, filhos, parentes, namorados e namoradas, maridos e esposas tenham orgulho. Eu desejo muito, do fundo do meu coração, que vocês possam olhar para trás daqui vinte ou trinta anos e terem a certeza de que valeu a pena. E espero ainda que eu tenha contribuído, ainda que minimamente, para isso.

Sucesso na profissão e, principalmente, na vida. Fiquem com Deus.

Obrigado."


Legenda da foto: alunos comemorando a colação de grau.