É incrível como a letra da música Roda Viva do Chico Buarque traduz perfeitamente o mundo em que vivemos. Estamos constantemente querendo mandar em nosso destino, mesmo sabendo que isso é impossível. Fazemos planos, traçamos metas, investimos nosso tempo em projetos, “mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá...”.
Fazer planos é extremamente saudável. Nos move para a frente já que estabelece um objetivo a ser seguido. Viver uma vida acomodada e sem metas faz com que fiquemos estagnados, sem rumo e sem possibilidade de crescimento. Cansamos de ver pessoas deixarem oportunidades, literalmente, passarem pela janela por puro comodismo.
Na vida profissional as coisas funcionam da mesma maneira. Porque, por exemplo, um funcionário bem sucedido, ostentando um bom cargo e sendo reconhecido pela comunidade largaria tudo isso? Oras, em busca de algo maior. Quanto mais uma pessoa se esforça para crescer, mais recompensa vem. Mais cedo ou mais tarde o reconhecimento do trabalho aparece e cabe a cada um aproveitar a oportunidade. Sabe-se lá quando uma nova chance vai passar pela sua janela.
Aproveitar a oportunidade. É isso que fez o jogador Robinho ao voltar para o Santos. Desacreditado na Inglaterra, o atleta chegou a ser acusado de estupro e ter sua carreira encerrada. Provou sua inocência, voltou para sua origem e provou em campo sua qualidade. Na Copa que se inicia amanhã, o jogador é um dos cotados para se tornar o ídolo do Brasil.
Voltando à música do Chico, vejo com tranquilidade essa história da roda viva levar nosso destino pra lá. Esse “pra lá” não é ruim. Nem bom. É diferente. Por ser diferente, causa medo na maioria das pessoas. Nossos planos quase sempre estão relacionados as pessoas e as coisas ao nosso redor. Estamos sempre atrás de conforto e segurança, pois isso é intrínseco ao ser humano desde a pré-história quando nossos ancestrais dormiam em cavernas ou se protegiam em árvores.
Os que têm filhos pequenos reparem. Meninas têm medo de “monstros” que moram embaixo das camas enquanto meninos têm medo de “monstros” que vivem dentro dos armários. Isso é uma herança de nossos ancestrais mulheres, que subiam em árvores para se proteger quando os homens saiam para caçar, e homens, que protegiam a porta das cavernas durante as noites de sono da prole. Sendo assim o perigo sempre vinha debaixo ou da porta, respectivamente. Intrigante, não?
De qualquer maneira o sábio Chico já disse que a roda viva está aí entre nós. Não adianta fugir e não vale a pena ter medo. Saiba usar a roda ao seu favor que, com bom senso, será o melhor para todos.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)