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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Borboletas e pães de mel

Incrível como algumas pessoas e empresas sentem medo. Sinceramente, você acredita que com a entrada da Dilma ou do Serra alguma coisa muito drástica irá mudar no Brasil? Eu estou certo que não. A única possibilidade de mudança radical no Brasil é a conjuntura econômica mundial mudar e o Brasil sentir os efeitos. Ainda assim, esses efeitos tendem a ser mais amenos por aqui do que nos EUA e na Europa.

Eu sinto mais forte essa insegurança em relação ao futuro, principalmente em pessoas e empresas mais antigas. E faço questão de frisar que não estou falando de idade. Algumas pessoas com menos de 30 são mais medrosas do que outras com mais de 80. O medo está na cabeça das pessoas. Cada um tem os seus. Eu por exemplo tenho um amigo, marmanjo, que tem medo de borboletas. Claro que esse medo de borboletas não é racional, mas sim, reflexo de algo que aconteceu em sua vida e ele relacionou as borboletas e uma situação ruim.

Eu por exemplo, passei grande parte da minha vida com medo de pão de mel. Isso mesmo, medo. Fui atropelado aos cindo anos e relacionei o acidente a guloseima. Por anos não podia chegar nem perto de pães de mel. Só de olhar para aquele saquinho, principalmente os da marca Pan, me dava ânsia. Aos poucos essa ânsia passou e hoje convivo bem com eles. Bom, pelo menos eu já consigo passar no corredor deles nos supermercados!

Porém vamos ponderar juntos. Alguém ter medo de borboletas ou de pães de mel, não atrapalha muito sua vida. Agora uma grande empresa parar sua “vida” aguardando o resultado de uma eleição é um pouco de exagero. E o mais intrigante é que os funcionários compram a idéia da empresa de tal maneira que fazem o mesmo com as suas vidas! Hoje falei com um cliente que praticamente sussurrou no telefone que iria aguardar o pleito para novas empreitadas. Como se estivesse confessando um crime.

Isso, como não poderia deixar de ser, me lembrou o trecho de uma música do Vinícius de Moraes que diz o seguinte: “Quem já passou por essa vida e não viveu. Pode ser mais mas sabe menos do que eu. Porque a vida só se da para quem se deu. Para quem amou, para quem chorou, pra quem sofreu”.

De qualquer maneira, sse post é apenas um desabafo, uma reflexão. Tomara que eu, aos 80, continue a encarar a vida como encaro hoje. Não gostaria de olhar para trás e constatar que não vivi, que não amei, que não sofri. Estou certo que tudo isso é parte de um crescimento em busca da felicidade. Se eu estivesse esperando as coisas acontecerem, talvez agora eu não estivesse aonde estou e, o pior, talvez amanhã eu não esteja aonde sonho estar.

domingo, 17 de outubro de 2010

“Longe se vai, sonhando demais. A vida me fez assim”



Não me lembro de ter citado nada aqui de Milton Nascimento antes da frase acima. Mas hoje eu precisava de algo novo, forte, marcante. Algo que refletisse a felicidade e a vontade de fazer as coisas acontecerem que estou sentindo agora.

Se você não está com tempo, ou se não tem paciência para ler o post todo, vá direto para o último parágrafo que você vai entender. Esse expediente de “jogar” os apressados direto para o que interessa, eu plagiei do colega blogueiro do Jornal de Limeira, Fábio Shiraga (http://www.the-nowhere-man.blogspot.com/), que usou a mesma técnica para anunciar que seria pai.

O fato é que a vida anda muito boa aqui na terra da garoa. O medo inicial, de chegar a uma mega empresa de mídia, reconhecida internacionalmente, passou. Estou adorando o ambiente, os colegas, as possibilidades e, principalmente, o que pode vir se tudo continuar a dar certo. Logo na primeira semana de Editora Abril, descobri que a Veja, revista em que trabalho hoje na área de publicidade, é a terceira maior revista do mundo. Seu faturamento comercial sozinho representa mais do que uma ou duas pencas de outros títulos também importantes do país.

Chegar a um ambiente como esses, saindo de um jornal médio do interior, causa calafrios. De fato eu constato agora que muita coisa é igual, principalmente em relação a parte técnica do negócio. Não tive e não terei dificuldade alguma com isso. A empresa pequena, proporciona ao funcionário o contato direto com todas as áreas de atuação. Deixando a modéstia um pouco de lado, posso afirmar que sendo Gerente Comercial do Jornal de Limeira, se preciso, eu saberia coordenar qualquer departamento daquela empresa, incluindo gráfica, administração, arte e até a redação. Claro que não estou falando da habilidade e do conhecimento inerente a cada cargo, e sim ao esquema de funcionamento de cada departamento.

Agora, tirando a parte técnica, tudo é absurdamente diferente por aqui. Pouco mais de três meses depois de minha chegada, entendo porque a maioria dos veículos de comunicação do interior estão se esforçando para continuar respirando. Má administração, baixo ou nenhum investimento em marketing e uma política de remuneração comercial que vai contra a qualquer conta matemática. E isso pode ser visto, inclusive, como uma auto critica. Quando eu trabalhava por lá e tinha contato com o jornal e com várias outras empresas de mídia pequenas e médias, não enxergava assim.

A mesma inquietude e vontade de fazer mais que estou no trabalho, também estou na vida pessoal. Morar em São Paulo de novo está se mostrando uma experiência completamente nova, apesar de já ter morado por aqui por longos seis anos. Longos sim. Naquela época, eu não aproveitei São Paulo. Fui a festas, freqüentei bares e boites, mas deixei passar pelos meus olhos o que a cidade tem de melhor. As ruas, a cultura, a diversidade, o esporte, a vida em uma metrópole mundial. Quero morar em Paris, sim. Mas estou adorando São Paulo.

Mas a cidade ainda estava um pouco vazia. Apesar de tudo o que estou encontrando aqui, faltava alguma coisa. Faltava uma pessoa especial, para compartilhar sentimentos, para compartilhar a vida, para ajudar a seguir andando. A pessoa já estava escolhida há tempos. Desde que eu conheci a Audrey, eu sabia que era ela. “She is the one”. É assim que os americanos se referem aquela pessoa. Aquela que é insubstituível e que nos faz feliz. Que nos da vontade de continuar, de lutar, de fazer cada vez melhor.

Ontem, um pouco graças a Veja já que ganhei o convite deles, estive com a Audrey no Dui. O Dui é o restaurante da Chefe Bel Coelho que está bombando aqui por São Paulo. Serve uma comida contemporânea sem igual e um ambiente delicioso com um atendimento ótimo. Ambiente mais do que propício para uma ocasião especial.

Como me considero, e gosto disso, “aquele amante a moda antiga”, fiz como antigamente. Passei por várias joalherias para comprar um anel solitário. Isso mesmo, nada de alianças por enquanto. O tradicional e bonito mesmo é o anel, que tem um simbolismo todo especial principalmente para as mulheres.

Com o anel, escolhido criteriosamente, no bolso, um lugar bacana e a pessoa perfeita na minha frente, só podia dar numa coisa: estou noivo! Isso mesmo, a pessoa que amo disse sim e vamos nos casar. Quando¿ Pode ser amanhã ou daqui uns meses, mas isso é o de menos. O importante é estar com uma sensação de felicidade completa, como essa que estou sentindo agora. E o melhor, sonhando cada vez mais, como a vida me fez.


PS: a foto que ilustra esse post, claro, não poderia ser outra: Audrey Salatti.