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quinta-feira, 27 de maio de 2010

O exemplo vem de cima

É extremamente comum assistirmos a pessoas de sucesso, grandes atletas e até intelectuais reconhecidos, agradecerem a pais, avós e professores pelo exemplo e incentivo que os fizeram chegar ao reconhecimento em suas áreas. O bom exemplo é uma maneira simples e objetiva de dizer aos outros como você gostaria que as coisas fossem feitas. Geralmente pais, avós e educadores se valem dessa técnica no auxílio a educação de crianças.

Há algumas semanas, cheguei em casa e me deparei com meu pai realmente indignado com a atitude de nosso Presidente Lula, que tratou com descaso o fato de ter sido multado e penalizado com a perda de espaço na propaganda partidária gratuita de 2011. Isso se deu, pois ele e a pré-candidata Dima Roussef (PT) foram condenados pelo TSE após fazerem propaganda eleitoral antecipada. O assunto foi destaque na imprensa nacional.

No dia não dei o valor que o descontentamento de meu pai merecia. Porém esse final de semana, lembrei de um episódio quando ao passar pelo caixa de um estabelecimento comercial fui vítima de autoridades que fingiram em tom de “brincadeira” roubar um dos meus itens. No mesmo momento a indignação de meu pai ficou clara. O que uma criança pensaria vendo uma “brincadeira” como essa partir de homens que na ocasião saíram do local em um veículo oficial? Isso é exemplo que se dê?

Não votei no Lula em nenhuma das eleições das quais ele participou, mas aprendi a admirá-lo. Em diversos aspectos nosso presidente provou ter o domínio da nação e saber se posicionar frente aos mais complicados desafios. Mas desrespeitar a lei sem dar o devido valor a isso não está me agradando. Na semana passada, mais uma vez, a condenação se deu a Lula e Dilma e, mais uma vez, eles agiram como se isso não fosse importante.

Oras meus amigos, se nosso Presidente não sabe como se portar e passa por cima de leis em busca de um objetivo pessoal, porque os cidadãos comuns, como eu ou você, vamos relutar em infringir a lei em busca de benefícios próprios? Não é porque eu tenho dinheiro para pagar uma multa de trânsito, por exemplo, que vou sair por aí dirigindo bêbado. Concordam?

O problema é muito maior do que parece. O brasileiro se acostumou tanto com esse tipo de exemplo que o Lula nos dá, que chegamos a dizer que tal lei “pegou” enquanto outra qualquer “não pegou”. Como assim? Se a lei foi votada e aprovada deve ser cumprida. Nós elegemos nossos governantes para isso. A partir do momento que o Presidente passa a infringir leis sem dar a devida importância a isso, pode-se pensar que a nação inteira está a mercê da anarquia.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quem se contenta com o banco de reservas?

Em geral o ser humano é medroso. Não se valoriza, não é autoconfiante, não sabe quando é importante e nem para quem é importante. Na maioria das vezes, não gosta do novo, foge das responsabilidades e prefere se fazer de desentendido a ter que chamar a responsabilidade para si.

Você pode estar achando o primeiro parágrafo desse texto forte, mas eu asseguro, não é. Há alguns dias vimos o Brasil se render a um moleque de vinte e poucos anos que chamou a responsabilidade para si ao se recusar a sair de campo na final do Paulistão. Claro que estou falando de Paulo Henrique Ganso, o cara que está na boca do povo. Dunga, assim como Ganso, também assumiu imensa responsabilidade excluindo uma verdadeira seleção da lista de convocados para a Copa. Nomes como Ronaldinho, Roberto Carlos, Adriano, Pato, Neymar e o próprio Ganso não servem nem para o banco de reservas, na opinião do nosso treinador.

Opiniões a parte, tanto a iniciativa do jovem jogador quanto a do técnico da seleção demonstram uma postura de coragem e comprometimento, atos que serão cobrados no futuro no caso de um fracasso. Os dois chamaram a responsabilidade para si e isso os coloca em uma posição de destaque.

Vamos tomar esses exemplos para Limeira. É preciso agressividade para colocar nossa cidade de uma vez por todas em destaque na rota do crescimento econômico. Com a tímida política de desenvolvimento adotada pela atual administração, no máximo, teremos pequenas indústrias e comércios atraídos a Limeira. Precisamos de mais. Precisamos chamar a responsabilidade para nós e assegurar que temos as melhores condições apresentando vantagens realmente convincentes para grandes empresários. Desculpem-me os pequenos, mas atrair para Limeira mais uma loja, ainda que seja uma grande loja, e sentir-se satisfeito é o mesmo que o Brasil se contentar com o vice-campeonato na África do Sul. Para um campeão, não vale nada.

O que vale realmente para a população é um distrito industrial efetivo, com indústrias de diversas áreas gerando empregos para toda uma comunidade, desde chão de fábrica até diretoria. Precisamos ter nossas lojas, cinemas, restaurantes e clubes lotados de clientes de segunda a sexta-feira, consumindo e incentivando o crescimento local.

Para isso, precisamos de uma forte liderança com voz ativa suficiente para dizer: “Limeira está no jogo e não quer ir para a reserva. Limeira quer jogar até o fim e comemorar a vitória junta com as demais campeãs”. Será que teremos representatividade para isso? O momento, certamente, é oportuno. Uma pena dependermos da vontade política alheia.

* Texto publicado na página 2 do Jornal de Limeira de 13/5/2010.