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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quem se contenta com o banco de reservas?

Em geral o ser humano é medroso. Não se valoriza, não é autoconfiante, não sabe quando é importante e nem para quem é importante. Na maioria das vezes, não gosta do novo, foge das responsabilidades e prefere se fazer de desentendido a ter que chamar a responsabilidade para si.

Você pode estar achando o primeiro parágrafo desse texto forte, mas eu asseguro, não é. Há alguns dias vimos o Brasil se render a um moleque de vinte e poucos anos que chamou a responsabilidade para si ao se recusar a sair de campo na final do Paulistão. Claro que estou falando de Paulo Henrique Ganso, o cara que está na boca do povo. Dunga, assim como Ganso, também assumiu imensa responsabilidade excluindo uma verdadeira seleção da lista de convocados para a Copa. Nomes como Ronaldinho, Roberto Carlos, Adriano, Pato, Neymar e o próprio Ganso não servem nem para o banco de reservas, na opinião do nosso treinador.

Opiniões a parte, tanto a iniciativa do jovem jogador quanto a do técnico da seleção demonstram uma postura de coragem e comprometimento, atos que serão cobrados no futuro no caso de um fracasso. Os dois chamaram a responsabilidade para si e isso os coloca em uma posição de destaque.

Vamos tomar esses exemplos para Limeira. É preciso agressividade para colocar nossa cidade de uma vez por todas em destaque na rota do crescimento econômico. Com a tímida política de desenvolvimento adotada pela atual administração, no máximo, teremos pequenas indústrias e comércios atraídos a Limeira. Precisamos de mais. Precisamos chamar a responsabilidade para nós e assegurar que temos as melhores condições apresentando vantagens realmente convincentes para grandes empresários. Desculpem-me os pequenos, mas atrair para Limeira mais uma loja, ainda que seja uma grande loja, e sentir-se satisfeito é o mesmo que o Brasil se contentar com o vice-campeonato na África do Sul. Para um campeão, não vale nada.

O que vale realmente para a população é um distrito industrial efetivo, com indústrias de diversas áreas gerando empregos para toda uma comunidade, desde chão de fábrica até diretoria. Precisamos ter nossas lojas, cinemas, restaurantes e clubes lotados de clientes de segunda a sexta-feira, consumindo e incentivando o crescimento local.

Para isso, precisamos de uma forte liderança com voz ativa suficiente para dizer: “Limeira está no jogo e não quer ir para a reserva. Limeira quer jogar até o fim e comemorar a vitória junta com as demais campeãs”. Será que teremos representatividade para isso? O momento, certamente, é oportuno. Uma pena dependermos da vontade política alheia.

* Texto publicado na página 2 do Jornal de Limeira de 13/5/2010.

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