Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, está realmente na moda. Não foi sempre assim. A história da cidade é um sobe e desce de circunstâncias que de tempos em tempos a tornam mais ou menos importante para o Brasil.
Logo no século XVII, Paraty virou sinônimo de riqueza, pois servia de despedida para os navios carregados do ouro vindo principalmente das Minas Gerais. O famoso “Caminho do Ouro” era o percurso percorrido pelos extratores que levavam as riquezas do Brasil para a Europa.
Com a decadência da extração o ouro, Paraty foi perdendo sua importância econômica e voltando ao esquecimento. Foi assim por anos. Teve uma breve sinalização de renascimento econômico no clico do café mas, com a chegada das estradas de ferro e o fim da escravidão, Paraty volta a estagnação ficando com apenas cerca de 600 habitantes, dos mais de 16 mil de outrora.
Hoje Paraty voltou a ficar na moda. A distância e o “esquecimento” fizeram com que a cidade conservasse um clima único no Brasil, talvez no mundo. Ruas calçadas a pedra quase bruta, casarões e igrejas que nos remetem a séculos passados. Uma mistura do novo e do velho capaz de juntar europeus abastados a novos hippies. Nesse ambiente de nostalgia floresce cada vez mais o improvável. A cada ano vemos Paraty inventando formas de atrair, por que não, multidões.
Chico Buarque, na última Flip – Festa Literária Internacional de Paraty –, admitiu que tomou dois calmantes para conseguir lidar com o assédio do povo. Oras, se Chico Buarque, homem acostumado a multidões, admitiu uma fraqueza como essas em Paraty, já podemos incluí-la em listas de cidades que são sinônimos de arte moderna, como é o caso de Nova York ou arquitetura, como Barcelona. Paraty hoje é sinônimo mundial sim. E de literatura.
E qual será a fórmula do sucesso de Paraty? Em minha opinião, um misto de circunstâncias e criatividade. Colocam-se as pessoas certas no lugar certo e temos um novo modelo de turismo e sucesso. Um modelo a ser copiado. Não, não. Não estou sugerindo que Limeira copie Paraty e passe a investir em turismo. Mas podemos sim pensar melhor em nós mesmos.
Sem exageros, Limeira tem uma posição privilegiada em relação a maioria das cidades industrializadas do mundo. Estamos em um dos quatro países que mais crescerão nas próximas décadas. Estamos ladeados de três das mais importantes rodovias do país. Estamos a poucos minutos do aeroporto que será o maior aeroporto de carga do país. Está na hora dos governantes e, principalmente nós, o povo, darmos a real importância que nossa cidade merece e nos colocarmos de uma vez por todas no mapa do desenvolvimento do Brasil. É desenvolvimento para ti, para mim e para todos.
>> Texto publicado na coluna Opinião (Página 2) do Jornal de Limeira de 13/8/2009.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
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