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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amor em 4 atos – Parte 1

As primeiras matérias sobre a possibilidade de a Globo gravar algo baseado nas canções de Chico Buarque deixou os fãs, como eu, extremamente curiosos. Chico, em minha opinião, é a maior inspiração artística nacional desde os idos anos 60. Com competência, personalidade e um carisma inesperado, o tímido arquiteto paulistano se tornou em uma unanimidade nacional ao compor obras como A Banda, Construção, Apesar de Você, Sabiá, Geni e o Zepelin, De todas as maneiras, Cálice, etc, etc, etc. Todas as “etc.” talvez fossem poucas para a extensa obra do músico.

A Globo, apesar de alguns deslizes, é sim uma das maiores produtoras de bom conteúdo do mundo e a única que consegue colocar na tela de forma competente atores e autores em produções 100% nacionais. Já imaginaram a imensidão de minutos de programas que já saíram do Projac empregando milhares de artistas brasileiros do front e do backstage? Palmas para a Globo, principalmente, por incluir Chico Buarque em sua produções.

Vocês sabiam que Chico e a Globo já tiveram sérias desavenças? Certa vez Chico foi convidado para estrelar um programa de auditório ao lado de Nara Leão. Claro que, com a tímida desenvoltura dos dois diante das câmeras, o programa não desenrolou. Chico, para se ver livre do fardo, “acertou” com a diretoria da emissora de inscrever uma canção no Festival de Música que a Globo estava fazendo mas que não estava tendo o mesmo reconhecimento dos antigos festivais da Record. Incomodado e chateado com a situação, Chico compôs “Carolina” de qualquer jeito e a inscreveu. Poucas vezes o compositor foi visto cantando essa música por dizer que havia sido feita “nas cochas”. Eu até que gosto da música.

Mas estou hoje aqui para falar de “Amor em 4 atos”, para ser mais exato, do primeiro ato de “Amor em 4 Atos”. Gostei bastante. Inspirado em “Ela faz cinema” e “Construção” começou meio travado mas a Marjorie Estiano, surpreendentemente, deu conta do recado e, ao lado de Malvino Salvador, convenceu na pele da protagonista. Palmas também para Caca Rosset que brilhou na pele do sírio vendedor de quitutes apaixonado pela voz da Estação Júlio Prestes. Aliás, a locação foi acertada. Realmente morar em frente a essa estação deve ser o máximo e combina perfeitamente com a letra de “Construção”, que indica ter de pano de fundo uma cidade como São Paulo.

Intrigante também foi a forma, que fugiu muito do que estamos acostumados com uma narração sarcástica alinhavava a história contada de maneira fluida e gostosa. Parecia até uma das letras do compositor. Mas uma daquelas letras suaves, sem preocupação política.

O episódio de hoje promete mais. Alinne Moraes deve mandar bem na pele de uma garota de programas que tem “Mil Perdões” como inspiração. Pra falar a verdade, eu não citei acima mas essa música é sem dúvida uma das minhas preferidas.

1 comentários:

Luiz Henrique Assunção disse...

Excelente post. Achei o primeiro episódio muito bom e as músicas de Chico são realmente fantásticas. Apenas uma correção, o nome do ator não seria Caca Rosset?

Abs!!!