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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Somos Cuba e Brasil

Ando com uma vontade de Cuba. Para ser mais específico, com uma vontade de Havana. Pudera. Meu irmão e minha cunhada só falam bem do lugar. Meu chefe já esteve por lá. Uma música presente no show “Bethânia e Omara”, chamada Havana-me (ver clip em post mais abaixo), puxa minha alma para uma visita a cidade.

Conheço pouca coisa sobre Havana mas imagino que seja mais um dos lugares únicos que vou conhecer. Único como Istambul, Amsterdã, Lisboa ou Salvador. A idéia é fazer uma visita antes que a cidade “acabe”, já que o isolamento econômico de Cuba e a eminente morte de Fidel Castro levam a crer que o sistema de hoje não perdure por mais muitos anos. Do dia para a noite uma revolução civil pode “acabar” com a cidade.

Quero passear pelas ruas, sentir o clima, visitar restaurantes e bares, fumar um cubano tomando um drink caribenho. Quero me sentir justamente com a energia que a música passa.

O New York Times dessa semana trouxe uma lista dos 31 destinos imperdíveis para 2010. Havana não está por lá, mas Istambul e a Bahia sim. Nessa mesma semana, Nizan Guanaes desfilou mais de uma dezena de twittes acabando com a capital baiana. Comparando a orla a uma favela e dizendo que a cidade perdeu seu espaço para Florianópolis. Trata-se de uma situação no mínimo estranha! Um dos maiores jornais do mundo recomendando uma cidade que um dos maiores publicitários do Brasil está detonando. Isso bem lembra a diversidade de Salvador.

Com Cuba imagino que a situação seja semelhante. A maior parte dos meus amigos devem achar que sou louco de investir qualquer US$ 100 para visitar Havana. Para a maioria, um minicruzeiro ou uma temporada em qualquer resort seria muito mais badalada. Muito mais chique! Isso é conseqüência da valorização do fácil. É mais fácil fazer um cruzeiro, passar alguns dias preso a um grande amontoado de gente, plástico e ferro com pequenas paradas para compras em balneários badalados. Na chegada mais de uma dúzia de pessoas que já fizeram isso terão assunto com você. Assuntos tão intrigantes como as novidades do free shop ou a roupa de fulana na noite de gala do capitão.

Para uma viagem a Cuba é preciso mais. É preciso uma preparação, traçar rotas, pesquisar guias, conhecer a história, entrar no clima. Buscar em Salvador a perfeição de Florianópolis é bobagem. Florianópolis é linda! Talvez uma das capitais mais lindas do Brasil. Porém pobre dela se tentar se aproximar de uma cidade que respira misticismo, crença, raça, swing, diversidade e história como Salvador. Cada um no seu quadrado.

Busque em cada lugar o que cada lugar pode oferecer de melhor. A lista do New York Times, as críticas do Nizan, ou as sugestões de amigos podem ser extremamente vagas para alguém que sabe o que quer e onde procurar. Um dia, talvez, minha opção seja passar uma temporada relaxante em algum resort, mas por ora, fico com a Bethânia que canta na pele do Brasil os encantos de Havana.

1 comentários:

Mario Persona disse...

Cris, assim como toda região turística tem seu circuito fechado (o tal do plástico, metal etc.), Cuba também tem o "circuito Chico Buarque". Se quiser realmente conhecer Cuba, vai precisar sair desse circuito. Conheço pessoas que visitam a ilha com alguma regularidade. Pode ter certeza, para quem mora na jaula, zoológico é uma droga.