Pages

quarta-feira, 19 de março de 2008

"O homem vira passarinho e quer voar"

Ontem tive vontade de chorar. De novo. No mesmo dia. E por coisas boas. Cheguei em casa após um bate papo que tivemos com alunos de jornalismo de uma faculdade. Na verdade a estrela da noite era o editor chefe do jornal onde trabalho mas, de última hora, fui convocado para representar meu diretor que não pôde ir por motivo de doença. Não que eu esteja muito bem! Desde a semana passada uma forte gripe aliada a uma forte tosse não me deixa em paz. Mesmo assim fui. Cheguei em casa por volta das 23h e fui direto preparar algo quente para tomar. Sentei na frente da TV e zapeando achei os “2 filhos de Francisco” em sua meia hora final. Zezé já era Zezé e estava se casando com Zilú. Rumou para SP, recebeu a visita do irmão, montaram a dupla, Zezé compôs o sucesso, e a persistência do velho Francisco, irretocável na pele do Ângelo Antônio, fez com que os 2 filhos estourassem na cidade em que moravam. Daí para o sucesso em todo Brasil foi um pulo.
Eu não gosto de música sertaneja, mas também não nego que já tive minha época de festa do peão. Eu sou fã é do Chico Buarque! Porém isso, em hipótese alguma, me impede de elevar um elogio à dupla de caipiras e, principalmente, ao filme. Na meia hora final que assisti, a minha vontade de chorar se transformou em lágrimas. Chorei. A história da dupla é sim emocionante, a interpretação dos atores – destacando Ângelo Antônio e Dira Paes – é sim irretocável, e o filme toca sim nosso emocional. A história vai crescendo com o passar dos minutos e aquela obra, que a princípio o pré-conceito teima em desvalorizar, invade nossa alma e nos transporta à realidade daquele pai sonhador e daquela mãe pés no chão. Um contraste de amor e ódio, sonho e realidade, o brega e o chique, o sertão e a cidade, o romance e a crítica social.
Não que eu não tenha gostado de Cidade de Deus e Tropa de Elite. Eu adorei! Mas 2 filhos de Francisco consegue tirar os nossos pés do chão. Consegue nos transportar para o imaginário e acreditar em nossos sonhos. Consegue até, e porque não, nos fazer acreditar em um Brasil melhor. Um Brasil de Franciscos e Helenas que sonha com um futuro brilhante, sem tirar os pés do chão.

4 comentários:

Rodrigo Piscitelli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Piscitelli disse...

Hahaha, também vi só a parte final desse filme. E também chorei no final. Eta coração mole!
Em tempo: por que a gente segura a vontade de chorar?? Por vergonha?? Timidez?? Chorar é uma das mais nobres manifestações de humanidade. Ainda assim, optamos por fazer sempre isso num canto escondido. Eu decidi: agora vou chorar sempre que me der vontade. Sou humano!

Unknown disse...

Nada melhor que sonhar com os pés no chão.
Não tive oportunidade de ver o filme, mas dá pra ter idéia por tudo que li a respeito.

Não só o Brasil, mas em todos lados fica latente a necessidade de pessoas com atitude, atitude de amar, respeitar, sonhar e lutar pela paz sem levantar um dedo sequer.

Que sejamos o reflexo - mesmo q singelo - dessa sede pelo bem.

Ótima semana.
[]s

Wil Minetto

Luciana Rossi disse...

Engraçado, assisti o filme mais ou menos no menos momento em que você, praticamente em seus momentos finais. Chorei muito, muito mesmo. Principalmente quanto ouvi a música "É o amor" sendo interpretada pela Betânia. Muito bonito. Quebrei total meu preconceito...

Um Bjo, Lu