Composição: Chico Buarque e Edu Lobo
Pintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão
Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
Apagar as pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar
Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir
Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitati
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão
Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pruma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar
Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Passar uma tarde em Itapuã
A MPB eternizou na cabeça dos brasileiros, e de muita gente pelo mundo, algumas das principais paisagens do nosso país. Li semana passada que duas entre as dez praias mais famosas do mundo, estão no Rio de Janeiro. São elas Copacabana e Ipanema.
É certo que a “princesinha do mar” e a “menina que vem e que passa” ajudaram muito nessa divulgação. Garota de Ipanema é, até hoje, a música brasileira mais tocada no mundo. É bem possível você visitar um bar ou restaurante em Nova York ou Paris e se sentir no Brasil, embalado por uma dessas músicas.
A arte ajuda o turismo. O último filme de Wood Allen, Victória Cristina Barcelona, tem a cidade catalã em seu título e seu cenário. Coincidência? Claro que não! Barcelona pagou por isso. O próximo filme do diretor, muito provavelmente, será rodado no Rio de Janeiro. Tudo devidamente documentado em um contrato de divulgação. Existe forma melhor de publicidade do que colocar as belas paisagens da cidade maravilhosa nas telonas no circuito mundial de cinema?
Há muitos anos as novelas de Manoel Carlos transportam as ruas do Leblon, com os famosos “Dois Irmãos” ao fundo, para países como México, Portugal, Estados Unidos e Japão. Esses mesmos “Dois Irmãos” também já foram inspiração para a música de Chico Buarque. E aos pés do morro, Leblon e Ipanema.
Muitos artistas brasileiros já cantaram essas e outras paisagens. A Baía de Guanabara, a esquina da Ipiranga com a São João, a Baía de Todos os Santos, o Abaeté, o Corcovado, Itapuã... Ah, Itapuã! Toquinho e Vinícius já cantavam os prazeres de passar uma tarde por lá. No CD/DVD comemorativo dos 50 anos de morte (é isso?) de Vinícius, um depoimento, beirando o cômico, de um artista plástico amigo dele diz que os dois “passavam o dia em Itapuã fazendo absolutamente nada”. Dito com aquela calma baiana. Impagável!
Quem sabe numa próxima viagem, não vou para lá. Vou ver o que a baiana tem! Circular pelo “Pelô”, subir e descer de Elevador Lacerda, conferir uma roda de capoeira. Se eu for, fiquem certos, meu blog vai comigo... E de lá vai trazer um pouco mais de tempero. Bem quente, do jeito que os baianos gostam!
Foto 1: Ipanema com o Morro Dois Irmãos ao fundo.
Foto 2: Itapuã.
É certo que a “princesinha do mar” e a “menina que vem e que passa” ajudaram muito nessa divulgação. Garota de Ipanema é, até hoje, a música brasileira mais tocada no mundo. É bem possível você visitar um bar ou restaurante em Nova York ou Paris e se sentir no Brasil, embalado por uma dessas músicas.
A arte ajuda o turismo. O último filme de Wood Allen, Victória Cristina Barcelona, tem a cidade catalã em seu título e seu cenário. Coincidência? Claro que não! Barcelona pagou por isso. O próximo filme do diretor, muito provavelmente, será rodado no Rio de Janeiro. Tudo devidamente documentado em um contrato de divulgação. Existe forma melhor de publicidade do que colocar as belas paisagens da cidade maravilhosa nas telonas no circuito mundial de cinema?
Há muitos anos as novelas de Manoel Carlos transportam as ruas do Leblon, com os famosos “Dois Irmãos” ao fundo, para países como México, Portugal, Estados Unidos e Japão. Esses mesmos “Dois Irmãos” também já foram inspiração para a música de Chico Buarque. E aos pés do morro, Leblon e Ipanema.
Muitos artistas brasileiros já cantaram essas e outras paisagens. A Baía de Guanabara, a esquina da Ipiranga com a São João, a Baía de Todos os Santos, o Abaeté, o Corcovado, Itapuã... Ah, Itapuã! Toquinho e Vinícius já cantavam os prazeres de passar uma tarde por lá. No CD/DVD comemorativo dos 50 anos de morte (é isso?) de Vinícius, um depoimento, beirando o cômico, de um artista plástico amigo dele diz que os dois “passavam o dia em Itapuã fazendo absolutamente nada”. Dito com aquela calma baiana. Impagável!
Quem sabe numa próxima viagem, não vou para lá. Vou ver o que a baiana tem! Circular pelo “Pelô”, subir e descer de Elevador Lacerda, conferir uma roda de capoeira. Se eu for, fiquem certos, meu blog vai comigo... E de lá vai trazer um pouco mais de tempero. Bem quente, do jeito que os baianos gostam!
Foto 1: Ipanema com o Morro Dois Irmãos ao fundo.
Foto 2: Itapuã.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Menú Confiança
Ontem revi um DVD que traz alguns programas Menu Confiança, da GNT. Nesse programa o chef Claude Troisgros faz uma receita que sempre é servida acompanhada de dois vinhos, escolhidos a dedo por Renato Machado. Ao final de cada episódio eles degustam o prato e escolhem o vinho que melhor combina com os sabores e aromas.
O prato de ontem era um pernil de cordeiro com ervas, prato mais pesado, que Renato Machado achou interessante acompanhar por dois tintos europeus, um francês e outro espanhol. O próprio Renato ficou em dúvida na hora de escolher o melhor. Os dois eram fantásticos!
Mas o mais fantástico foi a forma que Renato escolheu para descrever os vinhos. Para o telespectador, em casa, entender o que o bouquet e o paladar dos vinhos transmitiam, ele relacionou cada um com um ambiente. O francês ele disse que era um vinho que lembrava “uma casa antiga, com móveis muito bem cuidados... um ambiente com muita madeira”. Já o espanhol disse que era “uma casa com as janelas abertas, de frente para um jardim, talvez um pomar”. E não é que conseguimos sentir cada um dos vinhos nesse momento?!
Vou me apropriar dessa técnica para uma receita. Me sinto mais a vontade com a culinária do que com os vinhos, dessa forma vou tentar relacionar a receita a um ambiente, a uma situação. Faz algum tempo que disse aqui que gostei de elogiar as pessoas. Dessa forma essa receita vai para uma pessoa muito, mas muito mesmo, especial. Ela é especialista em tudo o que é bom, formada na primeira turma de Gestão do Luxo do Brasil. Diz a lenda que ela também é especialista em risotos, mas isso eu ainda não posso atestar!
A receita de Risoto de Shiitake em homenagem a Waleska Masutti segue no post abaixo.
Esse risoto eu serviria acompanhado de um Mignon ao molho de Porto, que estou querendo testar. Mas como em meu blog me proponho a postar receitas sofisticadas de paladar, porém simples de fazer, vou ensinar por hora apenas o risoto. Quem sabe numa próxima posto o mignon.
De qualquer maneira trata-se de um prato leve, suave. Li certa vez que o risoto é algo sem personalidade. Um acompanhamento. Na verdade concordo com isso. O risoto é uma espécie de “escada”. Aquele ator coadjuvante que tem a função de levantar a bola para o protagonista matar o ponto. E essa função não o desmerece. Alguns risotos se tornaram tão sofisticados que assumiram o lugar do prato principal. Servidos apenas com uma entrada, uma salada ou algo assim. Extremamente suaves. Eles não devem perder essa característica.
Esse é um prato cosmopolita, que recomendo que seja apreciado em um apartamento em uma grande metrópole. De preferência um com uma sacada de frente para árvores, quem sabe um clube. Um ambiente que tenha móveis atuais, porém com estilo próprio. Talvez na parede um quadro moderno, pintado por algum artista contemporâneo, quem sabe alguém da família.
Junto com o risoto vamos de vinho tinto. Um português. Algo para chocar com a modernidade do prato. Um Periquita. Perfeito. Aprecie a suavidade do prato e delicie-se com a força do vinho. Se você tiver um pouco de ousadia, crie um acompanhamento para ele.
Bom apetite e boa noitada!
O prato de ontem era um pernil de cordeiro com ervas, prato mais pesado, que Renato Machado achou interessante acompanhar por dois tintos europeus, um francês e outro espanhol. O próprio Renato ficou em dúvida na hora de escolher o melhor. Os dois eram fantásticos!
Mas o mais fantástico foi a forma que Renato escolheu para descrever os vinhos. Para o telespectador, em casa, entender o que o bouquet e o paladar dos vinhos transmitiam, ele relacionou cada um com um ambiente. O francês ele disse que era um vinho que lembrava “uma casa antiga, com móveis muito bem cuidados... um ambiente com muita madeira”. Já o espanhol disse que era “uma casa com as janelas abertas, de frente para um jardim, talvez um pomar”. E não é que conseguimos sentir cada um dos vinhos nesse momento?!
Vou me apropriar dessa técnica para uma receita. Me sinto mais a vontade com a culinária do que com os vinhos, dessa forma vou tentar relacionar a receita a um ambiente, a uma situação. Faz algum tempo que disse aqui que gostei de elogiar as pessoas. Dessa forma essa receita vai para uma pessoa muito, mas muito mesmo, especial. Ela é especialista em tudo o que é bom, formada na primeira turma de Gestão do Luxo do Brasil. Diz a lenda que ela também é especialista em risotos, mas isso eu ainda não posso atestar!
A receita de Risoto de Shiitake em homenagem a Waleska Masutti segue no post abaixo.
Esse risoto eu serviria acompanhado de um Mignon ao molho de Porto, que estou querendo testar. Mas como em meu blog me proponho a postar receitas sofisticadas de paladar, porém simples de fazer, vou ensinar por hora apenas o risoto. Quem sabe numa próxima posto o mignon.
De qualquer maneira trata-se de um prato leve, suave. Li certa vez que o risoto é algo sem personalidade. Um acompanhamento. Na verdade concordo com isso. O risoto é uma espécie de “escada”. Aquele ator coadjuvante que tem a função de levantar a bola para o protagonista matar o ponto. E essa função não o desmerece. Alguns risotos se tornaram tão sofisticados que assumiram o lugar do prato principal. Servidos apenas com uma entrada, uma salada ou algo assim. Extremamente suaves. Eles não devem perder essa característica.
Esse é um prato cosmopolita, que recomendo que seja apreciado em um apartamento em uma grande metrópole. De preferência um com uma sacada de frente para árvores, quem sabe um clube. Um ambiente que tenha móveis atuais, porém com estilo próprio. Talvez na parede um quadro moderno, pintado por algum artista contemporâneo, quem sabe alguém da família.
Junto com o risoto vamos de vinho tinto. Um português. Algo para chocar com a modernidade do prato. Um Periquita. Perfeito. Aprecie a suavidade do prato e delicie-se com a força do vinho. Se você tiver um pouco de ousadia, crie um acompanhamento para ele.
Bom apetite e boa noitada!
Risoto de Shiitake
Por Cristiano Persona
Para Waleska Masutti
* leia o post acima antes desse.
INGREDIENTES
Arroz para risoto (Eu não sei a quantidade. Utilize meia caixinha de arroz para risoto italiano)
½ cebola média bem picada
1 xícara de vinho branco verde
1 litro de caldo de legumes
250g de cogumelos shiitake
200g de queijo brie
parmesão a gosto
pimenta do reino a gosto
azeite extra virgem
1 colher de sopa de manteiga
MODO DE PREPARO
Todos os risotos têm um modo de preparo básico. Use uma panela de fundo grosso. Não lave o arroz de risoto. Em todos os casos (ou quase todos!) você deve picar bem a cebola e fritá-las em azeite extra virgem até que murchem, mas sem dourarem. Quando já murchas, junte o arroz especial para risoto e mexa rapidamente com as cebolas, durante aproximadamente 1 minuto. Junte a xícara de vinho verde. Nunca use vinho doce.
Mantenha ao lado da panela uma caneca de 1 litro cheia de água com dois tabletes de caldo de legumes dissolvidos. Mexa o arroz sem parar com uma colher de pau. Vá adicionando o caldo de legumes concha por concha. Adicione uma concha, mexa até evaporar e na seqüência adicione outra. Assim por adiante até acabar o litro de caldo de legumes.
Quando o caldo de legumes estiver quase no fim o risoto deve estar quase pronto. Isso quer dizer que na panela deve ter um arroz ao dente, cremoso, porém não muito duro. Se ainda não estiver assim acrescente mais algumas conchas de água. Uma a uma até atingir o ponto correto.
Até aqui tudo igual para todos os risotos. Vamos aos shiitakes. Não lave os cogumelos, apenas escove para tirar a sujeira. Corte em tiras e passe rapidamente em uma frigideira com um dente de alho em lâminas e azeite. Junte os shiitakes ao risoto. Mexa por alguns instantes. Acrescente o brie cortado em pequenos cubos. Junte um punhado de parmesão e mexa por mais alguns instantes até o queijo derreter. Desligue o fogo e acrescente a manteiga. Mexa mais alguns instantes. Pronto!
Para Waleska Masutti
* leia o post acima antes desse.
INGREDIENTES
Arroz para risoto (Eu não sei a quantidade. Utilize meia caixinha de arroz para risoto italiano)
½ cebola média bem picada
1 xícara de vinho branco verde
1 litro de caldo de legumes
250g de cogumelos shiitake
200g de queijo brie
parmesão a gosto
pimenta do reino a gosto
azeite extra virgem
1 colher de sopa de manteiga
MODO DE PREPARO
Todos os risotos têm um modo de preparo básico. Use uma panela de fundo grosso. Não lave o arroz de risoto. Em todos os casos (ou quase todos!) você deve picar bem a cebola e fritá-las em azeite extra virgem até que murchem, mas sem dourarem. Quando já murchas, junte o arroz especial para risoto e mexa rapidamente com as cebolas, durante aproximadamente 1 minuto. Junte a xícara de vinho verde. Nunca use vinho doce.
Mantenha ao lado da panela uma caneca de 1 litro cheia de água com dois tabletes de caldo de legumes dissolvidos. Mexa o arroz sem parar com uma colher de pau. Vá adicionando o caldo de legumes concha por concha. Adicione uma concha, mexa até evaporar e na seqüência adicione outra. Assim por adiante até acabar o litro de caldo de legumes.
Quando o caldo de legumes estiver quase no fim o risoto deve estar quase pronto. Isso quer dizer que na panela deve ter um arroz ao dente, cremoso, porém não muito duro. Se ainda não estiver assim acrescente mais algumas conchas de água. Uma a uma até atingir o ponto correto.
Até aqui tudo igual para todos os risotos. Vamos aos shiitakes. Não lave os cogumelos, apenas escove para tirar a sujeira. Corte em tiras e passe rapidamente em uma frigideira com um dente de alho em lâminas e azeite. Junte os shiitakes ao risoto. Mexa por alguns instantes. Acrescente o brie cortado em pequenos cubos. Junte um punhado de parmesão e mexa por mais alguns instantes até o queijo derreter. Desligue o fogo e acrescente a manteiga. Mexa mais alguns instantes. Pronto!
Quando quiser variar, experimente trocar o shiitake por outras delícias como tomates secos, presunto de Parma, etc. O resultado é quase sempre espetacular!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Atualizadíssimo!
Escrevi no post “Viva a diversidade” que o blog Banzeiro, do jornalista Cristiano Kock Vitta, estava “um pouco desatualizado”. Acabo de constatar que era eu que estava “um pouco desatualizado” pois não havia lido os últimos posts de meu xará.
Espiem lá, está atualizadíssimo! Acessem http://banzeiro.zip.net/.
Espiem lá, está atualizadíssimo! Acessem http://banzeiro.zip.net/.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Pecado Capital
Ao ler essas duas palavras é possível que os mais velhos se lembrem de Francisco Cuoco e os mais novos de Eduardo Moscovis, ambos intérpretes de Carlão, o taxista que se corrompe diante de uma mala de dinheiro na novela de Janete Clair. Ele passa a trama toda as voltas com os problemas que essa “sorte” lhe trás.
Porém o que vem a minha cabeça lendo esse título é a música homônima de Paulinho da Viola. Ao entoar os primeiros acordes da canção e soltar as primeiras palavras, não há quem resista. O primeiro verso já virou até provérbio popular. Todos concordam que “dinheiro na mão é vendaval”.
Realmente dinheiro balança a vida de uma pessoa. Já escrevi aqui, e repito, que somente conheceríamos a índole real de alguém se não existisse o dinheiro. Friso que isso se daria somente se o conceito do valor da moeda não existisse. De nada adianta bloquear bens e fechar contas em bancos para simular a ausência dele.
Por essa frase a música já pode ser considera uma obra prima da MPB. Mas, para mim, o melhor vem depois. Paulinho, após jogar na cara do sujeito as desventuras que ele enfrenta ao ter a grana em mãos, solta um reconfortante: “mas é preciso viver, e viver não é brincadeira não”, como se isso perdoasse tudo. Como se a necessidade de levar a vida, se alimentar, pagar contas, enfrentar o mundo fosse a desculpa razoável que todos precisam para querer sempre mais dinheiro. O pecado está perdoado.
Que genialidade. Que simplicidade. Através de um samba ele consegue passar uma das mensagens mais complexas do capitalismo. Isso mesmo, não estou exagerando. Tudo que há de bom no sistema de troca capitalista é crucificado e perdoado em menos de um minuto. Isso sem falar do nome da canção. O “pecado capital” que ele fala poderia ser facilmente traduzido para “pecado capitalista”. Formidável.
Se você ficou com vontade de lembrar dos acordes, aperte o “play” logo abaixo.
Porém o que vem a minha cabeça lendo esse título é a música homônima de Paulinho da Viola. Ao entoar os primeiros acordes da canção e soltar as primeiras palavras, não há quem resista. O primeiro verso já virou até provérbio popular. Todos concordam que “dinheiro na mão é vendaval”.
Realmente dinheiro balança a vida de uma pessoa. Já escrevi aqui, e repito, que somente conheceríamos a índole real de alguém se não existisse o dinheiro. Friso que isso se daria somente se o conceito do valor da moeda não existisse. De nada adianta bloquear bens e fechar contas em bancos para simular a ausência dele.
Por essa frase a música já pode ser considera uma obra prima da MPB. Mas, para mim, o melhor vem depois. Paulinho, após jogar na cara do sujeito as desventuras que ele enfrenta ao ter a grana em mãos, solta um reconfortante: “mas é preciso viver, e viver não é brincadeira não”, como se isso perdoasse tudo. Como se a necessidade de levar a vida, se alimentar, pagar contas, enfrentar o mundo fosse a desculpa razoável que todos precisam para querer sempre mais dinheiro. O pecado está perdoado.
Que genialidade. Que simplicidade. Através de um samba ele consegue passar uma das mensagens mais complexas do capitalismo. Isso mesmo, não estou exagerando. Tudo que há de bom no sistema de troca capitalista é crucificado e perdoado em menos de um minuto. Isso sem falar do nome da canção. O “pecado capital” que ele fala poderia ser facilmente traduzido para “pecado capitalista”. Formidável.
Se você ficou com vontade de lembrar dos acordes, aperte o “play” logo abaixo.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Viva a diversidade
Há duas semanas um colega (e xará!) de trabalho subiu em minha sala comentando sobre blogs. Ele mantém dois blogs, o Golaço e o Banzeiro. Os dois você pode conferir ao lado em “Minha lista de blogs”. Ele tem uma maneira diferente e extravagante de escrever. O Banzeiro, apesar de um pouco desatualizado, é uma festa de idéias, bom texto e opiniões. Imperdível.
Mas na verdade o que me chamou a atenção nesse papo que tive com ele foi sua opinião a respeito dos blogs. Disse algo parecido com isso: “Gosto dos blogs que não ficam presos a determinados assuntos, sem temas específicos. São mais livres, falam o que o autor está pensando no momento”. Concordo plenamente.
Não sou escritor, mas escrevo. Não sou músico, mas falo sobre eles. Não sou artista, mas comento sobre televisão e cinema. Não sou cozinheiro, mas brinco com os sabores. No meu blog você encontra um pouco de tudo. Um pouco até de política! E isso faz do meu blog uma festa da diversidade.
Circulando pelas homes dos principais portais me deu uma vontade de escrever sobre moda. Isso mesmo. Primeiro o Fashion Rio e agora o São Paulo Fashion Week invadiram as primeiras páginas dos sites. Acabo de ver que a grife Cavalera foi buscar inspiração na festa do boi-bumbá para a coleção de inverno. Isso é sensacional. É a vontade do povo suplantando as tendências mundiais.
A moda é uma das expressões mais antigas de estilo e forma de vida da humanidade. Ao longo de toda a sua história ela se transformou e ajudou a transformar os hábitos das pessoas. Se hoje temos Ipanema lotada de mulheres bonitas e sensuais e de homens usando sunga, devemos em parte a Leila Diniz e a Caetano Veloso.
Há alguns anos a moda pulava das passarelas para as ruas. Todas as coleções lançadas por aqui eram um reflexo quase perfeito do que se via em Milão ou Paris. Hoje o inverso acontece. A moda pula das ruas para a passarela. Grupos, tribos e guetos inspiram estilistas que filtram o melhor de cada um, colocam no liquidificador com o melhor dos outros países, e fazem uma moda genuinamente brasileira. Milão, Paris, Nova York e Tókio espiam nossas passarelas para inspirar-se em algo novo.
A moda do Brasil começou exportando supermodelos, passeou e continua passeando pela exportação da moda praia e agora exporta até o famoso “prêt-à-porter”, que nada mais é do que a moda pronta para usar. Da loja para o guarda roupa. Grifes nacionais já caminham pelo novo e velho mundo com sucesso. Alexandre Herchcovitch, Isabela Capeto, Tufi Duek e outros circulam lojas pelos Estados Unidos, Europa e Japão.
A nós brasileiros cabe a felicidade da diversidade. Num país com dimensões continentais como a nosso é fácil encontrar um executivo desfilando um terno Ricardo Almeida lado a lado com um “cluber” lançando uma nova tendência diretamente da Galeria Ouro Fino. Isso para citar apenas exemplos de São Paulo.
E onde o Cristiano Kock Vitta entra nisso tudo? Na prova da diversidade de meu blog que começou o post baseado em um bate papo com ele, que é o editor de esportes do Jornal de Limeira, para acabar falando sobre moda! Não lhe parece óbvia a linha de raciocínio?
Saiba mais: http://www.galeriaourofino.com.br/. Se preferir digite o nome da galeria no Google e leia os primeiros resultados.
Foto: Terra. Desfile Cavalera no SPFW 2009.
Mas na verdade o que me chamou a atenção nesse papo que tive com ele foi sua opinião a respeito dos blogs. Disse algo parecido com isso: “Gosto dos blogs que não ficam presos a determinados assuntos, sem temas específicos. São mais livres, falam o que o autor está pensando no momento”. Concordo plenamente.
Não sou escritor, mas escrevo. Não sou músico, mas falo sobre eles. Não sou artista, mas comento sobre televisão e cinema. Não sou cozinheiro, mas brinco com os sabores. No meu blog você encontra um pouco de tudo. Um pouco até de política! E isso faz do meu blog uma festa da diversidade.
Circulando pelas homes dos principais portais me deu uma vontade de escrever sobre moda. Isso mesmo. Primeiro o Fashion Rio e agora o São Paulo Fashion Week invadiram as primeiras páginas dos sites. Acabo de ver que a grife Cavalera foi buscar inspiração na festa do boi-bumbá para a coleção de inverno. Isso é sensacional. É a vontade do povo suplantando as tendências mundiais.
A moda é uma das expressões mais antigas de estilo e forma de vida da humanidade. Ao longo de toda a sua história ela se transformou e ajudou a transformar os hábitos das pessoas. Se hoje temos Ipanema lotada de mulheres bonitas e sensuais e de homens usando sunga, devemos em parte a Leila Diniz e a Caetano Veloso.
Há alguns anos a moda pulava das passarelas para as ruas. Todas as coleções lançadas por aqui eram um reflexo quase perfeito do que se via em Milão ou Paris. Hoje o inverso acontece. A moda pula das ruas para a passarela. Grupos, tribos e guetos inspiram estilistas que filtram o melhor de cada um, colocam no liquidificador com o melhor dos outros países, e fazem uma moda genuinamente brasileira. Milão, Paris, Nova York e Tókio espiam nossas passarelas para inspirar-se em algo novo.
A moda do Brasil começou exportando supermodelos, passeou e continua passeando pela exportação da moda praia e agora exporta até o famoso “prêt-à-porter”, que nada mais é do que a moda pronta para usar. Da loja para o guarda roupa. Grifes nacionais já caminham pelo novo e velho mundo com sucesso. Alexandre Herchcovitch, Isabela Capeto, Tufi Duek e outros circulam lojas pelos Estados Unidos, Europa e Japão.
A nós brasileiros cabe a felicidade da diversidade. Num país com dimensões continentais como a nosso é fácil encontrar um executivo desfilando um terno Ricardo Almeida lado a lado com um “cluber” lançando uma nova tendência diretamente da Galeria Ouro Fino. Isso para citar apenas exemplos de São Paulo.
E onde o Cristiano Kock Vitta entra nisso tudo? Na prova da diversidade de meu blog que começou o post baseado em um bate papo com ele, que é o editor de esportes do Jornal de Limeira, para acabar falando sobre moda! Não lhe parece óbvia a linha de raciocínio?
Saiba mais: http://www.galeriaourofino.com.br/. Se preferir digite o nome da galeria no Google e leia os primeiros resultados.
Foto: Terra. Desfile Cavalera no SPFW 2009.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
"Obamania"
O mundo está em “obamania”. Essa onda de Barack Obama se instalou em toda a face da terra. Minha avó, de 87 anos, faz uma semana que não fala em outra coisa a não ser na posse do futuro morador da Casa Branca. Não, não, ela não faz idéia do que isso pode representar para sua vida. Ela simplesmente adotou a onda e está surfando nela.
Grande parte dos entusiastas está fazendo exatamente igual a minha avó. Não sabe porque, nem como, nem quando, mas acredita piamente que ele vai virar o jogo nos EUA e, consequentemente, “salvar o planeta da grande crise”. Isso está mais para filme “hollywoodiano” do que para a vida real. Repararam que nos filmes daquele país o mundo sempre é salvo por um cidadão norte americano. Quando esse cidadão não é o próprio “Mr. President”.
Eu, patriota que sou, acredito que a solução para o mundo esteja muito mais com nosso grande molusco do que com Obama. Na verdade não só com Lula, mas com líderes e principalmente empresários e população de Brasil, China, Índia, África do Sul e outros emergentes. E olha que não vou lá muito com a cara de emergentes. Prefiro os Jardins ao Morumbi, Ipanema a Barra, Paris a Dubai. Mas no caso da salvação do planeta apostaria minhas fichas neles.
Ainda assim, quero referendar o novo presidente da América. O “cara” está encontrando o país em meio a maior crise financeira dos últimos 80 anos. O país está falido, desacreditado até pelos mais antigos aliados, como a Inglaterra. A popularidade do país e do povo é das mais baixas da história e ainda enfrenta duas guerras inacabadas. Tudo isso herança de anos de inconsequência administrativa de indústrias e bancos e, principalmente, herança de um futuro ex-presidente frágil, medroso, mal assessorado e mal preparado.
Minha torcida é por Obama. Minha torcida é pelo velho mundo. Minha torcida é pelos emergentes. Minha torcida é para que essa onda de negatividade se espante de uma vez por todas e retomemos o quanto antes o ritmo em que estávamos até outubro passado.
Grande parte dos entusiastas está fazendo exatamente igual a minha avó. Não sabe porque, nem como, nem quando, mas acredita piamente que ele vai virar o jogo nos EUA e, consequentemente, “salvar o planeta da grande crise”. Isso está mais para filme “hollywoodiano” do que para a vida real. Repararam que nos filmes daquele país o mundo sempre é salvo por um cidadão norte americano. Quando esse cidadão não é o próprio “Mr. President”.
Eu, patriota que sou, acredito que a solução para o mundo esteja muito mais com nosso grande molusco do que com Obama. Na verdade não só com Lula, mas com líderes e principalmente empresários e população de Brasil, China, Índia, África do Sul e outros emergentes. E olha que não vou lá muito com a cara de emergentes. Prefiro os Jardins ao Morumbi, Ipanema a Barra, Paris a Dubai. Mas no caso da salvação do planeta apostaria minhas fichas neles.
Ainda assim, quero referendar o novo presidente da América. O “cara” está encontrando o país em meio a maior crise financeira dos últimos 80 anos. O país está falido, desacreditado até pelos mais antigos aliados, como a Inglaterra. A popularidade do país e do povo é das mais baixas da história e ainda enfrenta duas guerras inacabadas. Tudo isso herança de anos de inconsequência administrativa de indústrias e bancos e, principalmente, herança de um futuro ex-presidente frágil, medroso, mal assessorado e mal preparado.
Minha torcida é por Obama. Minha torcida é pelo velho mundo. Minha torcida é pelos emergentes. Minha torcida é para que essa onda de negatividade se espante de uma vez por todas e retomemos o quanto antes o ritmo em que estávamos até outubro passado.
Foto: Reuters
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política
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Insalata Caprese
Essa salada já virou moda no Brasil. Deve ser por causa da sua leveza extremamente apropriada ao nosso clima.
Por aqui, muitos restaurantes adaptaram a Caprese chegando até a resultados interessantes, mas nenhuma delas é tão boa quanto a original da Itália. E o melhor de tudo, é um prato muito simples de fazer.
INGREDIENTES
Tomates italianos
Mussarela de búfala
Manjericão fesco
Azeite extravirgem
Sal
Pimenta do reino
PREPARO
Reparem que eu não coloquei as quantidades. Essa salada pode ser feita de acordo com o número de pessoas que forem comer, desde que tenha uma rodela de tomate, para uma rodela de mussarela de búfala e uma folha de manjericão.
Corte os tomates em rodelas não muito finas. Prefira a mussarela de búfala mais cremosa que você encontrar. Corte em rodelas. Separe as folhas de manjericão fresco.
Monte o prato alternando uma rodela de tomate, uma de mussarela e uma folha de manjericão. Regue com o azeite, uma pitada de sal e um pouco de pimenta do reino. Sirva fresca, com o tomate e a mussarela acabados de sair da geladeira.
A foto do post ilustra perfeitamente o resultado final da receita. Garantia de sucesso!
Foto:http://www.basiltime.com/index.php/popular/insalata-caprese
Por aqui, muitos restaurantes adaptaram a Caprese chegando até a resultados interessantes, mas nenhuma delas é tão boa quanto a original da Itália. E o melhor de tudo, é um prato muito simples de fazer.
INGREDIENTES
Tomates italianos
Mussarela de búfala
Manjericão fesco
Azeite extravirgem
Sal
Pimenta do reino
PREPARO
Reparem que eu não coloquei as quantidades. Essa salada pode ser feita de acordo com o número de pessoas que forem comer, desde que tenha uma rodela de tomate, para uma rodela de mussarela de búfala e uma folha de manjericão.
Corte os tomates em rodelas não muito finas. Prefira a mussarela de búfala mais cremosa que você encontrar. Corte em rodelas. Separe as folhas de manjericão fresco.
Monte o prato alternando uma rodela de tomate, uma de mussarela e uma folha de manjericão. Regue com o azeite, uma pitada de sal e um pouco de pimenta do reino. Sirva fresca, com o tomate e a mussarela acabados de sair da geladeira.
A foto do post ilustra perfeitamente o resultado final da receita. Garantia de sucesso!
Foto:http://www.basiltime.com/index.php/popular/insalata-caprese
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Amo muito tudo isso
Certa vez, era meu aniversário e meus pais haviam ido para São Paulo a trabalho. Minha mãe tinha uma confecção e 99,9% da matéria prima que ela usava vinha de lá. Passei o dia entre amigos e fui para casa no final da tarde, já que meus pais me ligaram para eu não jantar porque iríamos sair.
Já pronto, assistindo TV, ouço o barulho da chave na porta de entrada. Eles chegaram. Nas mãos traziam uma surpresa e tanto. Haviam passado no Mc Donald´s com o seguinte pedido: “vou levar um sanduíche de cada tipo”. Isso mesmo, minha mãe pediu ao atendente um lanche de cada um disponível. No total cerca de seis ou sete.
Imaginem a cena hilária. A “mocinha” no Mc sorridente exclama: “faça seu pedido!”. E minha mãe solta o inesperado. Os atendentes caíram na risada. O pessoal da fila não entendeu o que houve. Até a moça da limpeza parou o trabalho para ver o que se passava. Minha mãe tratou de esclarecer rapidamente: “é que meu filho está fazendo aniversário e esse vai ser o presente!”.
Tudo porque minha mãe havia escutado eu e meu irmão brincando da possibilidade de entrar no Mc Donald´s com esse pedido. De certa maneira, essa brincadeira que meus pais fizeram comigo traduziu o slogan da rede de lanchonetes. “Amo muito tudo isso”. Amo muito os lanches, amo muito a batata, amo muito as sobremesas e a amo muito, principalmente, o clima que o Mc trouxe para minha casa naquele dia. Pa-ra-pa-pa-pá!
Já pronto, assistindo TV, ouço o barulho da chave na porta de entrada. Eles chegaram. Nas mãos traziam uma surpresa e tanto. Haviam passado no Mc Donald´s com o seguinte pedido: “vou levar um sanduíche de cada tipo”. Isso mesmo, minha mãe pediu ao atendente um lanche de cada um disponível. No total cerca de seis ou sete.
Imaginem a cena hilária. A “mocinha” no Mc sorridente exclama: “faça seu pedido!”. E minha mãe solta o inesperado. Os atendentes caíram na risada. O pessoal da fila não entendeu o que houve. Até a moça da limpeza parou o trabalho para ver o que se passava. Minha mãe tratou de esclarecer rapidamente: “é que meu filho está fazendo aniversário e esse vai ser o presente!”.
Tudo porque minha mãe havia escutado eu e meu irmão brincando da possibilidade de entrar no Mc Donald´s com esse pedido. De certa maneira, essa brincadeira que meus pais fizeram comigo traduziu o slogan da rede de lanchonetes. “Amo muito tudo isso”. Amo muito os lanches, amo muito a batata, amo muito as sobremesas e a amo muito, principalmente, o clima que o Mc trouxe para minha casa naquele dia. Pa-ra-pa-pa-pá!
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terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Em tempos de Maysa...
...vamos de Maysa.
Conheci essa música na voz da Bethânia, no show “Tempo, tempo, tempo”. Agora vendo um pouquinho da história da Maysa, que a compôs, entendo seu significado.
Resposta
Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim
Conheci essa música na voz da Bethânia, no show “Tempo, tempo, tempo”. Agora vendo um pouquinho da história da Maysa, que a compôs, entendo seu significado.
Resposta
Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim
Vamos correr o risco da indiferença?
Ontem fui surpreendido por duas moças. Quero dizer, duas mulheres! Primeiro pelo msn uma ex-colega de trabalho disse que eu era parecido com o Ronaldo Boscoli (Mateus Solano) da minissérie Maysa. Cerca de 15 minutos depois uma amiga me mandou um e-mail perguntando: “Cris, você reparou o tanto que você é parecido com o Ronaldo Boscoli da minissérie Maysa?”.
Claro que encarei como um elogio. O Fantástico de domingo foi encerrado com uma entrevista dele. Mateus, na minissérie, “está mandando bem pra carálho”. Essa tem sido considerada uma das mais bem acabadas e mais bem sucedidas minisséries da TV Globo dos últimos anos.
Com um jeitão cafajeste, um cigarro na boca e uma lábia típica dos malandros da Lapa ele convenceu nossa heroína Maysa a eternizar alguns sucessos seus em um disco. Quem conhece um pouco mais de sua história sabe que uma das próximas vítimas será nada menos que Elis Regina. Alguns posts abaixo você pode ver que ela também gravou “O barquinho”.
Me parece que de início esse papel havia sido oferecido a outro ator. Alguém mais experiente. Mas, pelas circunstâncias da vida, veio cair no colo de Mateus, que até agora havia feito apenas algumas participações, sem grande expressão, em televisão.
Uma pessoa quando encara um desafio deste tamanho, encara também um grande risco, o risco da indiferença. Se o jovem ator não se destacasse. Se ele não conseguisse passar aos telespectadores a essência do Ronaldo Boscoli. Se o par romântico com Larissa Maciel (Maysa) não vingasse, o ator carregaria o peso da indiferença dos telespectadores, da mídia, da TV Globo. Para ele o risco valeu a pena.
Quando comentei com um amigo que eu havia sido comparado com ele e que postaria algo sobre isso em meu blog o alerta veio em tom de conselho: “Cuidado, você vai correr o risco da indiferença”. Eu, assim como ele, vou assumir esse risco. Quem sabe a Globo não me descobre e, finalmente, vou morar no Rio de Janeiro e trabalhar no Projac!
Claro que encarei como um elogio. O Fantástico de domingo foi encerrado com uma entrevista dele. Mateus, na minissérie, “está mandando bem pra carálho”. Essa tem sido considerada uma das mais bem acabadas e mais bem sucedidas minisséries da TV Globo dos últimos anos.
Com um jeitão cafajeste, um cigarro na boca e uma lábia típica dos malandros da Lapa ele convenceu nossa heroína Maysa a eternizar alguns sucessos seus em um disco. Quem conhece um pouco mais de sua história sabe que uma das próximas vítimas será nada menos que Elis Regina. Alguns posts abaixo você pode ver que ela também gravou “O barquinho”.
Me parece que de início esse papel havia sido oferecido a outro ator. Alguém mais experiente. Mas, pelas circunstâncias da vida, veio cair no colo de Mateus, que até agora havia feito apenas algumas participações, sem grande expressão, em televisão.
Uma pessoa quando encara um desafio deste tamanho, encara também um grande risco, o risco da indiferença. Se o jovem ator não se destacasse. Se ele não conseguisse passar aos telespectadores a essência do Ronaldo Boscoli. Se o par romântico com Larissa Maciel (Maysa) não vingasse, o ator carregaria o peso da indiferença dos telespectadores, da mídia, da TV Globo. Para ele o risco valeu a pena.
Quando comentei com um amigo que eu havia sido comparado com ele e que postaria algo sobre isso em meu blog o alerta veio em tom de conselho: “Cuidado, você vai correr o risco da indiferença”. Eu, assim como ele, vou assumir esse risco. Quem sabe a Globo não me descobre e, finalmente, vou morar no Rio de Janeiro e trabalhar no Projac!
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Tiro ao alvo!
Um amigo me disse certa vez que no interior do Brasil existiam fazendas com criação de saci pererê. Outro afirmou que a mãe de um conhecido estava se recuperando de uma operação na próstata. E um terceiro ainda foi capaz de jurar que a rainha-mãe da Inglaterra passou o carnaval desfilando nas escolas de samba do Rio de Janeiro!
O ser humano tem uma capacidade incrível de acreditar no que mais lhe convém. Henrique VIII, rei da Inglaterra por volta do ano 1.500, foi capaz de romper com Roma e fundar o Anglicanismo acreditando em um amor eterno por Ana Bolena. Poucos anos depois, para se livrar da esposa que não lhe "servia" mais, ele acreditou piamente que ela cometeu incesto e o traiu com o próprio irmão. E com mais 100 homens! Ela, o irmão e mais uma meia dúzia de infelizes acabaram decapitados.
Desde criança somos incentivados a agir assim. A bruxa da estória da Branca de Neve acreditava no espelho que lhe falava que ela seria a mulher mais bela do mundo. Somente diante da magnitude de Branca de Neve ele se rendeu a verdade. Como uma bruxa poderia ser a mulher mais bela do mundo? Ela acreditava nisso. Nós crescemos acreditando.
Se eu continuar nessa linha, vamos ter uma longa página de relatos parecidos com estes puxados apenas pela minha memória. Mas acredito que esse post possa servir para uma espécie de reflexão. Pare e pense. Pare e olhe ao redor. Reflita. Será que em nosso trabalho, nas relações amorosas e no ambiente familiar não estamos acreditando no que mais nos convém? Será que não está na hora de sairmos da garrafa para enxergar nosso rótulo. O comodismo é uma arma engatilhada apontada para nossas cabeças. Cabe a cada um de nós evitar que esse gatilho seja puxado.
O ser humano tem uma capacidade incrível de acreditar no que mais lhe convém. Henrique VIII, rei da Inglaterra por volta do ano 1.500, foi capaz de romper com Roma e fundar o Anglicanismo acreditando em um amor eterno por Ana Bolena. Poucos anos depois, para se livrar da esposa que não lhe "servia" mais, ele acreditou piamente que ela cometeu incesto e o traiu com o próprio irmão. E com mais 100 homens! Ela, o irmão e mais uma meia dúzia de infelizes acabaram decapitados.
Desde criança somos incentivados a agir assim. A bruxa da estória da Branca de Neve acreditava no espelho que lhe falava que ela seria a mulher mais bela do mundo. Somente diante da magnitude de Branca de Neve ele se rendeu a verdade. Como uma bruxa poderia ser a mulher mais bela do mundo? Ela acreditava nisso. Nós crescemos acreditando.
Se eu continuar nessa linha, vamos ter uma longa página de relatos parecidos com estes puxados apenas pela minha memória. Mas acredito que esse post possa servir para uma espécie de reflexão. Pare e pense. Pare e olhe ao redor. Reflita. Será que em nosso trabalho, nas relações amorosas e no ambiente familiar não estamos acreditando no que mais nos convém? Será que não está na hora de sairmos da garrafa para enxergar nosso rótulo. O comodismo é uma arma engatilhada apontada para nossas cabeças. Cabe a cada um de nós evitar que esse gatilho seja puxado.
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domingo, 11 de janeiro de 2009
Ragú alla bolognese
Minha avó paterna a vida toda gostou de cozinhar. Sua especialidade sempre foi as receitas que agradavam toda a família. Não só a dela, já que sempre se reuniam as famílias completas de todos os irmãos para as refeições. Eram avós, pais, filhos, netos, tios, tias, primos, etc. Uma batelada de gente.
Meu avô, para agradá-la, sempre lhe trazia livros de receitas que ele encontrava em livrarias de São Paulo. Na época um livro vindo de São Paulo era um presente valioso! Um desses livros foi me dado pela minha avó há alguns anos. Acho que ela me deu por eu ser o neto que mais gosto dos prazeres da culinária. Além de bom garfo, também adoro cozinhar.
Esse livro que ganhei traz uma coletânea de molhos. Na verdade uma coletânea dos mais simples até os mais sofisticados molhos europeus. Sempre que gosto de um molho em algum restaurante procuro no livro. Se o molho for de origem européia, lá estará ele.
Recentemente meu irmão esteve em Bologna, na Itália, e provou o original “bolonhesa”. Disse que era mais espesso, um pouco rosé, com muita carne. Procurei no livro e lá estava, o original, da forma que meu irmão comeu na Itália. É realmente diferente. Eu testei e recomendo. Anotem a receita e mandem bala.
Molho à bolonhesa (receita original italiana)
Receita para 6 pessoas
INGREDIENTES
300g de carne moída
Azeite de oliva extra virgem
½ cebola bem picada
1 cenoura bem picada (ralada)
60g de presunto cru (opcional)
1 tira de casca de limão
Noz moscada ralada na hora a gosto
1 colher de sopa de extrato de tomate
300ml de caldo de carne
Sal a gosto
2 colheres de sopa de creme de leite espesso (em época de colesterol, pode substituir o creme de leite pelo creme de soja. Eu recomendo o Sollys da Nestlè que não cheira e nem tem gosto de soja)
PREPARO
Em uma panela pesada, refogue no azeite a cebola e cenoura até murcharem, porém antes de dourarem. Adicione a carne moída e deixe dourar bem. Acrescente o presunto picado, a tira de casca de limão e a noz moscada. Incorpore o extrato de tomate e junte caldo de carne suficiente para cobrir a carne. Tempere com sal a gosto, tampe a panela e deixe em fogo baixo por uma hora. Alguns minutos antes do final do cozimento, retire a casca de limão e incorpore o creme de leite.
Minha cunhada sugere que sempre se coloque um cálice de vinho tinto seco em molhos de tomate. E eu recomendo que seja servido com um bom espaguete ou talharim ao dente, logo após o cozimento. Parmesão ralado também vai muito bem. A foto desse post é ilustrativa mas não deve ser ruim incrementar com umas azeitonas na hora de montar o prato.
Bom apetite!
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Receitas
sábado, 10 de janeiro de 2009
Um presente de Natal FAN-TÁS-TI-CO!!!
Seu Manoel veio para o interior de São Paulo diretamente do coração do nordeste. Cabra macho e arretado que só ele, criou uma prole de filhos e fez a vida por aqui. Seu ofício é deixar a vida das pessoas mais coloridas.
A natureza foi boa com Seu Manoel e lhe agraciou com duas meninas, Margareth e Silvana, dentre a penca de filhos que Deus lhe deu. Criadas longe do Nordeste, seu Manoel sempre fez questão de mantê-las o mais próximo possível das tradições e costumes daquele lugar. As meninas comemoraram quando conquistaram o direito de usar calças ali por volta dos 18 anos! Até ali, somente saias. E cobrindo os joelhos.
Certo dia, já escaldadas com os costumes de Seu Manoel, as duas saíram comportadas para uma noitada dirigindo o Fusquinha da mais velha, Marga. Foram em um baile no clube da cidade, dançaram, beberam e se divertiram. Ao voltarem para o carro, quero dizer, para o local onde haviam deixado o carro, ele não estava mais lá! O Fusquinha, comprado a tanto custo se fora, levado por um gatuno.
Marga, a dona do automóvel, estava triste com a perda. Mais triste do que ela, estava a Sil, desconsolada, com uma cara de paisagem sem conseguir prestar atenção em nada que as pessoas ao redor falavam. Dentro do Fusquinha, estava um álbum de fotografia com grande parte das viagens e aventuras que ela havia feito em sua vida. Uma perda sem formas de reparação.
Lá se vão 13 anos. Nesse Natal (2008) um telefonema pega nossa heroína de surpresa. A avó do Jober, um ex-colega de trabalho e amigo dela, falecera. Na hora da separação dos pertences da vovó, a família achou um lindo e grosso álbum de fotografias. Nas fotos, muito bem cuidadas, Jober reconheceu uma letra familiar. Mais do que isso. Reconheceu nossa heroína e todos os seus familiares! Mas como isso se deu? Será que a vovó era a gatuna de 13 anos atrás?
Na verdade, rapidamente o mistério se esclareceu. A vovó tinha um parente que gostava de circular pela cidade “caçando” em terrenos baldios relíquias que as famílias descartavam por um motivo ou outro. Na certa, ao achar o álbum grosso e bem cuidado de nossa heroína, imaginou que ela se livrara dele para resolver alguma questão do coração. Uma perda, uma separação, talvez!
Guardou. Nesse Natal o presente mais inesperado chegou. Junto com os desejos de “boas festas” Jober surpreendeu Silvana com o álbum. Motivo para muita celebração. Na certa agora todos reconheceram o valor desse senhor que passou a vida por aí recolhendo “besteiras” descartadas. Pelo menos para Silvana e sua família, ele foi o Papai Noel de 2008.
PS: a história é real e aconteceu com amigos aqui em Limeira, uma cidade com mais de 250 mil habitantes!
PS2: Essas fotos são originais do álbum.
A natureza foi boa com Seu Manoel e lhe agraciou com duas meninas, Margareth e Silvana, dentre a penca de filhos que Deus lhe deu. Criadas longe do Nordeste, seu Manoel sempre fez questão de mantê-las o mais próximo possível das tradições e costumes daquele lugar. As meninas comemoraram quando conquistaram o direito de usar calças ali por volta dos 18 anos! Até ali, somente saias. E cobrindo os joelhos.
Certo dia, já escaldadas com os costumes de Seu Manoel, as duas saíram comportadas para uma noitada dirigindo o Fusquinha da mais velha, Marga. Foram em um baile no clube da cidade, dançaram, beberam e se divertiram. Ao voltarem para o carro, quero dizer, para o local onde haviam deixado o carro, ele não estava mais lá! O Fusquinha, comprado a tanto custo se fora, levado por um gatuno.
Marga, a dona do automóvel, estava triste com a perda. Mais triste do que ela, estava a Sil, desconsolada, com uma cara de paisagem sem conseguir prestar atenção em nada que as pessoas ao redor falavam. Dentro do Fusquinha, estava um álbum de fotografia com grande parte das viagens e aventuras que ela havia feito em sua vida. Uma perda sem formas de reparação.
Lá se vão 13 anos. Nesse Natal (2008) um telefonema pega nossa heroína de surpresa. A avó do Jober, um ex-colega de trabalho e amigo dela, falecera. Na hora da separação dos pertences da vovó, a família achou um lindo e grosso álbum de fotografias. Nas fotos, muito bem cuidadas, Jober reconheceu uma letra familiar. Mais do que isso. Reconheceu nossa heroína e todos os seus familiares! Mas como isso se deu? Será que a vovó era a gatuna de 13 anos atrás?
Na verdade, rapidamente o mistério se esclareceu. A vovó tinha um parente que gostava de circular pela cidade “caçando” em terrenos baldios relíquias que as famílias descartavam por um motivo ou outro. Na certa, ao achar o álbum grosso e bem cuidado de nossa heroína, imaginou que ela se livrara dele para resolver alguma questão do coração. Uma perda, uma separação, talvez!
Guardou. Nesse Natal o presente mais inesperado chegou. Junto com os desejos de “boas festas” Jober surpreendeu Silvana com o álbum. Motivo para muita celebração. Na certa agora todos reconheceram o valor desse senhor que passou a vida por aí recolhendo “besteiras” descartadas. Pelo menos para Silvana e sua família, ele foi o Papai Noel de 2008.
PS: a história é real e aconteceu com amigos aqui em Limeira, uma cidade com mais de 250 mil habitantes!
PS2: Essas fotos são originais do álbum.
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Causos
O cara é bom!
Há uns quatro ou cinco meses recebi um convite inusitado. O jornalista Fernando Sanches, amigo de longa data, me ligou dizendo que estava precisando de um modelo. Uma espécie de cobaia. Ele queria testar algumas novas técnicas de fotografia que aprendeu em cursos que havia feito.
Topei na hora. Primeiro pela amizade e segundo pela curiosidade. Sempre brinquei entre amigos, inclusive com ele, que eu sabia fazer “cara de modelo”. A verdade é que certa vez vi uma entrevista com a Gisele Bündchen mostrando técnicas para o rosto ficar com cara de nada. Marcado pelos ossos. Sem sorriso. Sem expressão. Sempre que reuníamos um grupo de amigos para uma foto lá ia eu dizendo que faria “cara de modelo”.
Na verdade a minha “cara de modelo” sempre foi uma lástima. Meus ossos não se pronunciavam, meu papo, herança de família, aparecia ainda mais e eu não ficava sem expressão. Eu ficava com uma expressão muito familiar a todos: peixe morto!
Na ocasião, aproveitei que iria depois do ensaio fotográfico (que chique!) a um almoço e já estava de banho tomado e arrumado e fui na hora com a cara e a coragem. E não é que o Sanches é bom mesmo.
Ele tem um estúdio alugado com todos os equipamentos necessários. Tem uma máquina profissional de dar inveja a entusiastas da fotografia digital. Caprichou na iluminação, deu umas dicas de postura e mandou bala nos cliques. Foram mais de 270 cliques em cerca de 1 hora. O resultado ficou ótimo. Pelo menos minha mãe achou! Logo abaixo seguem algumas fotos para vocês me dizerem o que acharam.
Topei na hora. Primeiro pela amizade e segundo pela curiosidade. Sempre brinquei entre amigos, inclusive com ele, que eu sabia fazer “cara de modelo”. A verdade é que certa vez vi uma entrevista com a Gisele Bündchen mostrando técnicas para o rosto ficar com cara de nada. Marcado pelos ossos. Sem sorriso. Sem expressão. Sempre que reuníamos um grupo de amigos para uma foto lá ia eu dizendo que faria “cara de modelo”.
Na verdade a minha “cara de modelo” sempre foi uma lástima. Meus ossos não se pronunciavam, meu papo, herança de família, aparecia ainda mais e eu não ficava sem expressão. Eu ficava com uma expressão muito familiar a todos: peixe morto!
Na ocasião, aproveitei que iria depois do ensaio fotográfico (que chique!) a um almoço e já estava de banho tomado e arrumado e fui na hora com a cara e a coragem. E não é que o Sanches é bom mesmo.
Ele tem um estúdio alugado com todos os equipamentos necessários. Tem uma máquina profissional de dar inveja a entusiastas da fotografia digital. Caprichou na iluminação, deu umas dicas de postura e mandou bala nos cliques. Foram mais de 270 cliques em cerca de 1 hora. O resultado ficou ótimo. Pelo menos minha mãe achou! Logo abaixo seguem algumas fotos para vocês me dizerem o que acharam.
Como já disse em outros posts, sou publicitário. Me sentiria mal se não fizesse um jabá para meu amigo. Ele é bom mesmo. Manda bem em fotos publicitárias e jornalísticas. Quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho dele da olhada no Flickr de Fernando Sanches.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
“Dia de luz, festa do sol”
Ontem assistindo a minissérie Maysa me surpreendi ao ver que “O barquinho” foi composta por Ronaldo Boscoli. Pesquisei um pouco mais e descobri que foi uma parceria dele com o Roberto Menescal. Que música fantástica!
Quando ouvimos, parecemos deslizar pelo “macio azul do mar” da letra. As versões mais modernas, são ainda mais embaladas do que as impecáveis originais de Maysa ou Elis. Na verdade não sei quem regravou, um homem e uma mulher, mas a música tem sido presença constante na Nova Brasil FM.
Vocês já devem ter lido em posts antigos que adorei ler o “Noites Tropicais” do Nelson Motta e conhecer um pouco mais dos bastidores da Bossa Nova e da MPB a partir da década de 60. A minissérie da Globo é mais uma oportunidade, muito bem acabada, de acompanharmos um pouco mais.
No momento, vamos de “O barquinho".
Quando ouvimos, parecemos deslizar pelo “macio azul do mar” da letra. As versões mais modernas, são ainda mais embaladas do que as impecáveis originais de Maysa ou Elis. Na verdade não sei quem regravou, um homem e uma mulher, mas a música tem sido presença constante na Nova Brasil FM.
Vocês já devem ter lido em posts antigos que adorei ler o “Noites Tropicais” do Nelson Motta e conhecer um pouco mais dos bastidores da Bossa Nova e da MPB a partir da década de 60. A minissérie da Globo é mais uma oportunidade, muito bem acabada, de acompanharmos um pouco mais.
No momento, vamos de “O barquinho".
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
"Quem já passou por essa vida e não viveu
pode ser mais, mas sabe menos do que eu"
Vinícius de Moraes
pode ser mais, mas sabe menos do que eu"
Vinícius de Moraes
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Caras e bundas
Não, não! Não estou fazendo jabá de “Caras”, a segunda maior receita publicitária nacional em forma de revista e nem da falida “Bundas”. Estou me referindo a invasão de mulheres que substituíram suas caras por bundas para alcançar um lugar ao sol.
Na verdade, talvez seja um pouco demais rebaixar o sol a isso. Essas mulheres talvez tenham alcançado, no máximo, um minuto ao mormaço. E em dia de céu nublado. Também não importaria grande coisa essa inversão de valores se não atingisse justamente o futuro da nação.
Programas como o Super Pop, da super Luciana Gimenez, atraem cada vez mais um exército de pequenos tarados, meninos de 12 a 17 anos, que deixam de bater uma pelada com os amigos para assistirem as peladas da vez desfilando calcinhas ou “falando” sobre filmes eróticos ou fotos sensuais.
Mulheres me perdoem, estou sendo injusto! Além de vocês, homens-heterossexuais-casados-atores-de-filme-pornô-gay também dão as bundas, quero dizer, as caras por lá! Ao lado de suas digníssimas, contando relatos interessantes, como a do rapaz que só faz filme gay no papel do passivo, pois a mulher acredita que sendo ativo estaria a traindo. No mínimo intrigante!
Na teoria de nossa amiga, está tudo liberado para vocês mulheres. Podem trair a vontade, pois a passividade da relação sexual feminina perdoa tudo.
Esses garotos que assistem a esse tipo de entrevista podem chegar a acreditar em tais absurdos. Bem faz uma amiga, mãe de dois filhos pequenos, que proibiu esse tipo de programa em sua casa.
Sou contra a censura, já que cria uma vontade que talvez não existisse, mas nesse caso talvez seja a melhor saída. Principalmente se no lugar do programa os pais conseguirem incentivar alguma atividade que atraia ainda mais a atenção dos pequenos. Se possível ainda com um pouco mais de inteligência, o que convenhamos, não é difícil.
Fica aqui o protesto: abaixo bundas! Mais uma vez - não, não! -, não estou querendo ver pelas ruas apenas mulheres com as bundas caídas. Quero vê-las com as bundas cada vez mais empinadas e bonitas, porém em seu lugar. Abaixo da cintura e, principalmente, abaixo da cara.
Na verdade, talvez seja um pouco demais rebaixar o sol a isso. Essas mulheres talvez tenham alcançado, no máximo, um minuto ao mormaço. E em dia de céu nublado. Também não importaria grande coisa essa inversão de valores se não atingisse justamente o futuro da nação.
Programas como o Super Pop, da super Luciana Gimenez, atraem cada vez mais um exército de pequenos tarados, meninos de 12 a 17 anos, que deixam de bater uma pelada com os amigos para assistirem as peladas da vez desfilando calcinhas ou “falando” sobre filmes eróticos ou fotos sensuais.
Mulheres me perdoem, estou sendo injusto! Além de vocês, homens-heterossexuais-casados-atores-de-filme-pornô-gay também dão as bundas, quero dizer, as caras por lá! Ao lado de suas digníssimas, contando relatos interessantes, como a do rapaz que só faz filme gay no papel do passivo, pois a mulher acredita que sendo ativo estaria a traindo. No mínimo intrigante!
Na teoria de nossa amiga, está tudo liberado para vocês mulheres. Podem trair a vontade, pois a passividade da relação sexual feminina perdoa tudo.
Esses garotos que assistem a esse tipo de entrevista podem chegar a acreditar em tais absurdos. Bem faz uma amiga, mãe de dois filhos pequenos, que proibiu esse tipo de programa em sua casa.
Sou contra a censura, já que cria uma vontade que talvez não existisse, mas nesse caso talvez seja a melhor saída. Principalmente se no lugar do programa os pais conseguirem incentivar alguma atividade que atraia ainda mais a atenção dos pequenos. Se possível ainda com um pouco mais de inteligência, o que convenhamos, não é difícil.
Fica aqui o protesto: abaixo bundas! Mais uma vez - não, não! -, não estou querendo ver pelas ruas apenas mulheres com as bundas caídas. Quero vê-las com as bundas cada vez mais empinadas e bonitas, porém em seu lugar. Abaixo da cintura e, principalmente, abaixo da cara.
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Reinventando-se 2
O post que está logo abaixo desse é uma novidade em meu blog. Uma novidade que simpatizei de cara. Uma forma de tratar de um tema que acho interessante através de personagens imaginários. As vezes nem tão imaginários assim!
De qualquer maneira uma novidade legal. Algo próximo da linguagem que quero tratar em meu futuro livro. Quem viver verá, ou melhor, lerá!
De qualquer maneira uma novidade legal. Algo próximo da linguagem que quero tratar em meu futuro livro. Quem viver verá, ou melhor, lerá!
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Reforma ortográfica
Por Mario Persona
Prezado amigo: Circunflexo sobre meu notebook, fui surpreendido por seu e-mail e pelo comentário agudo com acento carioca que, diga-se de passagem, é consoante à sua crase. Você espera que eu trema de sua preposição? Pareceu-me ser essa a tônica do julgamento vogal que fez de minha decisão de adotar a nova ortografia.
Apesar de você tentar pontuar, com acentuado sarcasmo, minha adesão à reforma ortográfica, saiba que isso não me torna um entusiasta da causa. A reação normal, na minha idade, está mais para buscar outro tipo de reforma. Mas, como já não tenho reforma e nem estou reformado, adoto a nova ortografia como forma de garantir meu assento no mercado.
No fundo, o objetivo do acordo ortográfico é acabar com o excesso de letrinhas do português de Portugal. Para que fosse acordo, o Brasil acordou com mudanças mínimas, só pra português ver. O português, que trabalhava de facto, agora irá trabalhar de fato. A gravata permanece a mesma.
Qualquer um sabe que antes de reformar é preciso construir, algo que ainda não foi feito no Brasil e na maioria dos países que falam Camões. A reforma nem será percebida em muitas escolas onde "acento" ainda é sinônimo de cadeira. Vi uma professora de português, que ia se casar, convidar as amigas com um cartãozinho grafado "Chá de Conzinha". Pode apostar que professoras assim adotarão a nova ortografia e passarão a ensinar que o coletivo de aranhas é alcateia.
Para quem digita, as vantagens da nova ortografia são proporcionais aos acentos eliminados. Quantas vezes você precisou voltar ao "u" para colocar o trema? O corretor de meu Word vivia rindo da minha cara com seus lábios ondulados sob a palavra. Agora sou eu quem ri. Deixei o Word de lado e adotei o Writer do BrOffice, pelo menos até a Microsoft, corrigir seu corretor. O Bill Gates deve estar preocupadíssimo com minha decisão.
Não aguento você arguir que usamos pouco o antiquíssimo trema. Isso é consequência da obliquidade de seu julgamento exíguo de minha linguística. Ainda que eu enxágue meus textos da vã eloquência, até mesmo um delinquente, um alcaguete ou um equino sabe que é inexequível um texto sem trema na velha ortografia.
É inegável que a reforma movimentará o mercado para adaptar tudo e todos aos novos tempos ortográficos. A falta de informação criará situações inusitadas, como a da empresa que há alguns anos teve sua importação barrada por um funcionário da alfândega. A documentação, preenchida no exterior com caracteres não acentuados, indicava a importação de "macas", mas as caixas traziam "maçãs". Portanto, não se surpreenda se encontrar algum "adevogado" por aí querendo processar, por assédio sexual, quem entrar na secretaria. E também por agressão, se bater antes de entrar.
A eliminação dos acentos acentuará o ganho das agências de comunicação, que prestarão serviços de correção dos textos de seus clientes em sites e material impresso. Publicitários e gráficas ganharão com a reforma geral das embalagens de seus clientes. Ainda vamos ver embalagens de linguiça com "Zero Trema". E por que não, se até embalagem de água já traz "Zero Caloria"?
Ainda vamos ver na TV entrevistas com "especialistas" sobre os benefícios de se comer linguiça sem trema:
Entrevistadora: "Você acha que a venda de linguiça sem trema será obrigatória em nosso país?"
Entrevistado: "Bem, caso isso aconteça, o Brasil poderá importar o produto de Portugal até adaptar sua produção. Os portugueses sempre fabricaram linguiça sem trema".
A reforma ortográfica trará problemas para alguns segmentos na hora de vender seus produtos. É o caso dos fabricantes de para-raios. Aquilo que antes servia para parar os raios tornou-se um aliado deles. Os familiares de paraquedistas já não poderão processar o fabricante do equipamento que não abriu. Afinal, apenas a versão antiga tinha a função de parar quedas. A nova é feita para elas acontecerem.
Apesar de não saltar, me preocupo por viajar muito de avião, mas não pense que eu trema por isso. A reforma não irá afetar o software das aeronaves, que é escrito em inglês sem acentuação, evitando assim um "Bug do Milênio" só nosso, tipo "Bug do Português". O problema está na fila. Em um país onde o acesso a uma boa educação foi atropelado pelo acesso a um maior poder de compra, imagine as filas nos balcões das companhias aéreas, com as pessoas querendo saber se precisarão viajar de pé no voo que perdeu o acento.
Fonte: http://www.mariopersona.com.br/cafe/archives/00000244.htm
PS: o melhor texto sobre a reforma que li até agora.
Prezado amigo: Circunflexo sobre meu notebook, fui surpreendido por seu e-mail e pelo comentário agudo com acento carioca que, diga-se de passagem, é consoante à sua crase. Você espera que eu trema de sua preposição? Pareceu-me ser essa a tônica do julgamento vogal que fez de minha decisão de adotar a nova ortografia.
Apesar de você tentar pontuar, com acentuado sarcasmo, minha adesão à reforma ortográfica, saiba que isso não me torna um entusiasta da causa. A reação normal, na minha idade, está mais para buscar outro tipo de reforma. Mas, como já não tenho reforma e nem estou reformado, adoto a nova ortografia como forma de garantir meu assento no mercado.
No fundo, o objetivo do acordo ortográfico é acabar com o excesso de letrinhas do português de Portugal. Para que fosse acordo, o Brasil acordou com mudanças mínimas, só pra português ver. O português, que trabalhava de facto, agora irá trabalhar de fato. A gravata permanece a mesma.
Qualquer um sabe que antes de reformar é preciso construir, algo que ainda não foi feito no Brasil e na maioria dos países que falam Camões. A reforma nem será percebida em muitas escolas onde "acento" ainda é sinônimo de cadeira. Vi uma professora de português, que ia se casar, convidar as amigas com um cartãozinho grafado "Chá de Conzinha". Pode apostar que professoras assim adotarão a nova ortografia e passarão a ensinar que o coletivo de aranhas é alcateia.
Para quem digita, as vantagens da nova ortografia são proporcionais aos acentos eliminados. Quantas vezes você precisou voltar ao "u" para colocar o trema? O corretor de meu Word vivia rindo da minha cara com seus lábios ondulados sob a palavra. Agora sou eu quem ri. Deixei o Word de lado e adotei o Writer do BrOffice, pelo menos até a Microsoft, corrigir seu corretor. O Bill Gates deve estar preocupadíssimo com minha decisão.
Não aguento você arguir que usamos pouco o antiquíssimo trema. Isso é consequência da obliquidade de seu julgamento exíguo de minha linguística. Ainda que eu enxágue meus textos da vã eloquência, até mesmo um delinquente, um alcaguete ou um equino sabe que é inexequível um texto sem trema na velha ortografia.
É inegável que a reforma movimentará o mercado para adaptar tudo e todos aos novos tempos ortográficos. A falta de informação criará situações inusitadas, como a da empresa que há alguns anos teve sua importação barrada por um funcionário da alfândega. A documentação, preenchida no exterior com caracteres não acentuados, indicava a importação de "macas", mas as caixas traziam "maçãs". Portanto, não se surpreenda se encontrar algum "adevogado" por aí querendo processar, por assédio sexual, quem entrar na secretaria. E também por agressão, se bater antes de entrar.
A eliminação dos acentos acentuará o ganho das agências de comunicação, que prestarão serviços de correção dos textos de seus clientes em sites e material impresso. Publicitários e gráficas ganharão com a reforma geral das embalagens de seus clientes. Ainda vamos ver embalagens de linguiça com "Zero Trema". E por que não, se até embalagem de água já traz "Zero Caloria"?
Ainda vamos ver na TV entrevistas com "especialistas" sobre os benefícios de se comer linguiça sem trema:
Entrevistadora: "Você acha que a venda de linguiça sem trema será obrigatória em nosso país?"
Entrevistado: "Bem, caso isso aconteça, o Brasil poderá importar o produto de Portugal até adaptar sua produção. Os portugueses sempre fabricaram linguiça sem trema".
A reforma ortográfica trará problemas para alguns segmentos na hora de vender seus produtos. É o caso dos fabricantes de para-raios. Aquilo que antes servia para parar os raios tornou-se um aliado deles. Os familiares de paraquedistas já não poderão processar o fabricante do equipamento que não abriu. Afinal, apenas a versão antiga tinha a função de parar quedas. A nova é feita para elas acontecerem.
Apesar de não saltar, me preocupo por viajar muito de avião, mas não pense que eu trema por isso. A reforma não irá afetar o software das aeronaves, que é escrito em inglês sem acentuação, evitando assim um "Bug do Milênio" só nosso, tipo "Bug do Português". O problema está na fila. Em um país onde o acesso a uma boa educação foi atropelado pelo acesso a um maior poder de compra, imagine as filas nos balcões das companhias aéreas, com as pessoas querendo saber se precisarão viajar de pé no voo que perdeu o acento.
Fonte: http://www.mariopersona.com.br/cafe/archives/00000244.htm
PS: o melhor texto sobre a reforma que li até agora.
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