Seu Manoel veio para o interior de São Paulo diretamente do coração do nordeste. Cabra macho e arretado que só ele, criou uma prole de filhos e fez a vida por aqui. Seu ofício é deixar a vida das pessoas mais coloridas.
A natureza foi boa com Seu Manoel e lhe agraciou com duas meninas, Margareth e Silvana, dentre a penca de filhos que Deus lhe deu. Criadas longe do Nordeste, seu Manoel sempre fez questão de mantê-las o mais próximo possível das tradições e costumes daquele lugar. As meninas comemoraram quando conquistaram o direito de usar calças ali por volta dos 18 anos! Até ali, somente saias. E cobrindo os joelhos.
Certo dia, já escaldadas com os costumes de Seu Manoel, as duas saíram comportadas para uma noitada dirigindo o Fusquinha da mais velha, Marga. Foram em um baile no clube da cidade, dançaram, beberam e se divertiram. Ao voltarem para o carro, quero dizer, para o local onde haviam deixado o carro, ele não estava mais lá! O Fusquinha, comprado a tanto custo se fora, levado por um gatuno.
Marga, a dona do automóvel, estava triste com a perda. Mais triste do que ela, estava a Sil, desconsolada, com uma cara de paisagem sem conseguir prestar atenção em nada que as pessoas ao redor falavam. Dentro do Fusquinha, estava um álbum de fotografia com grande parte das viagens e aventuras que ela havia feito em sua vida. Uma perda sem formas de reparação.
Lá se vão 13 anos. Nesse Natal (2008) um telefonema pega nossa heroína de surpresa. A avó do Jober, um ex-colega de trabalho e amigo dela, falecera. Na hora da separação dos pertences da vovó, a família achou um lindo e grosso álbum de fotografias. Nas fotos, muito bem cuidadas, Jober reconheceu uma letra familiar. Mais do que isso. Reconheceu nossa heroína e todos os seus familiares! Mas como isso se deu? Será que a vovó era a gatuna de 13 anos atrás?
Na verdade, rapidamente o mistério se esclareceu. A vovó tinha um parente que gostava de circular pela cidade “caçando” em terrenos baldios relíquias que as famílias descartavam por um motivo ou outro. Na certa, ao achar o álbum grosso e bem cuidado de nossa heroína, imaginou que ela se livrara dele para resolver alguma questão do coração. Uma perda, uma separação, talvez!
Guardou. Nesse Natal o presente mais inesperado chegou. Junto com os desejos de “boas festas” Jober surpreendeu Silvana com o álbum. Motivo para muita celebração. Na certa agora todos reconheceram o valor desse senhor que passou a vida por aí recolhendo “besteiras” descartadas. Pelo menos para Silvana e sua família, ele foi o Papai Noel de 2008.
PS: a história é real e aconteceu com amigos aqui em Limeira, uma cidade com mais de 250 mil habitantes!
PS2: Essas fotos são originais do álbum.
sábado, 10 de janeiro de 2009
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5 comentários:
É, você é publicitário mesmo... Seu MTB por força de liminar de jornalista anda falhando...
Se estivesse atuando (o MTB), você teria passado a pauta. Afinal, é uma puta história. Vou ter que fazer contato eu mesmo com a Sil. Hehehehe.
Realmente, Cris... Nossa história é feita de muitas outras histórias de vida... O que cabe a nós é expor com riqueza cada uma, nas entrelinhas.
Parabéns pelo grande achado, amigo, literalmente!
Abraços
geraldo
ops: O que cabe a cada um de nós é expor com riqueza cada uma, nas entrelinhas.
Parabéns pelo grande achado, amigo, literalmente!
Kit
morri de rir ao ler o texto sobre a "cara de modelo" pois me lembrei de vc me ensinando a fazer as poses... hehehehe
as suas ficaram ótimas, eu, em compensação, só sei fazer foto sorrindo, e muito!
beijos
Luciana Randi
Criiiiiis, FANTÁSTICO foi vc ter registrado td isso...amei!!! to adorando td isso rsrsr beijosssssssss
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