Pages

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Menú Confiança

Ontem revi um DVD que traz alguns programas Menu Confiança, da GNT. Nesse programa o chef Claude Troisgros faz uma receita que sempre é servida acompanhada de dois vinhos, escolhidos a dedo por Renato Machado. Ao final de cada episódio eles degustam o prato e escolhem o vinho que melhor combina com os sabores e aromas.

O prato de ontem era um pernil de cordeiro com ervas, prato mais pesado, que Renato Machado achou interessante acompanhar por dois tintos europeus, um francês e outro espanhol. O próprio Renato ficou em dúvida na hora de escolher o melhor. Os dois eram fantásticos!

Mas o mais fantástico foi a forma que Renato escolheu para descrever os vinhos. Para o telespectador, em casa, entender o que o bouquet e o paladar dos vinhos transmitiam, ele relacionou cada um com um ambiente. O francês ele disse que era um vinho que lembrava “uma casa antiga, com móveis muito bem cuidados... um ambiente com muita madeira”. Já o espanhol disse que era “uma casa com as janelas abertas, de frente para um jardim, talvez um pomar”. E não é que conseguimos sentir cada um dos vinhos nesse momento?!

Vou me apropriar dessa técnica para uma receita. Me sinto mais a vontade com a culinária do que com os vinhos, dessa forma vou tentar relacionar a receita a um ambiente, a uma situação. Faz algum tempo que disse aqui que gostei de elogiar as pessoas. Dessa forma essa receita vai para uma pessoa muito, mas muito mesmo, especial. Ela é especialista em tudo o que é bom, formada na primeira turma de Gestão do Luxo do Brasil. Diz a lenda que ela também é especialista em risotos, mas isso eu ainda não posso atestar!

A receita de Risoto de Shiitake em homenagem a Waleska Masutti segue no post abaixo.

Esse risoto eu serviria acompanhado de um Mignon ao molho de Porto, que estou querendo testar. Mas como em meu blog me proponho a postar receitas sofisticadas de paladar, porém simples de fazer, vou ensinar por hora apenas o risoto. Quem sabe numa próxima posto o mignon.

De qualquer maneira trata-se de um prato leve, suave. Li certa vez que o risoto é algo sem personalidade. Um acompanhamento. Na verdade concordo com isso. O risoto é uma espécie de “escada”. Aquele ator coadjuvante que tem a função de levantar a bola para o protagonista matar o ponto. E essa função não o desmerece. Alguns risotos se tornaram tão sofisticados que assumiram o lugar do prato principal. Servidos apenas com uma entrada, uma salada ou algo assim. Extremamente suaves. Eles não devem perder essa característica.

Esse é um prato cosmopolita, que recomendo que seja apreciado em um apartamento em uma grande metrópole. De preferência um com uma sacada de frente para árvores, quem sabe um clube. Um ambiente que tenha móveis atuais, porém com estilo próprio. Talvez na parede um quadro moderno, pintado por algum artista contemporâneo, quem sabe alguém da família.

Junto com o risoto vamos de vinho tinto. Um português. Algo para chocar com a modernidade do prato. Um Periquita. Perfeito. Aprecie a suavidade do prato e delicie-se com a força do vinho. Se você tiver um pouco de ousadia, crie um acompanhamento para ele.

Bom apetite e boa noitada!

0 comentários: